Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA

Presidente adota tom conciliatório e pede que americanos "reduzam a temperatura" após vitória de Trump na eleições. Democrata diz que resultado dever pôr fim às dúvidas quanto à integridade do sistema eleitoral dos EUA.

Por Deutsche Welle

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Em um discurso conciliatório na Casa Branca nesta quinta-feira (07/11), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu aos americanos que reduzissem a temperatura política após a vitória do republicano Donald Trump sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais.

Ele assegurou ainda que a transição de poder ocorrerá de maneira pacífica, em uma recado a Trump, que se recusou a reconhecer sua derrota no pleito de 2020 para o próprio Biden. A atitude do republicano culminou no violento ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, em Washington.

O presidente disse esperar que o resultado das urnas deve bastar para pôr fim às dúvidas sobre a integridade do sistema eleitoral americano e pediu união a um país amplamente dividido.

“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse Biden.

O presidente disse que telefonou para Trump para parabenizá-lo e garantir que haveria uma transição "pacífica e ordeira". "Em 20 de janeiro, teremos uma transferência pacífica de poder aqui na América". Em julho, o presidente de 81 anos desistiu de concorrer à reeleição contra Trump e endossou Kamala como candidata democrata.

O presidente em fim de mandato também pediu a seus apoiadores que não perdessem a esperança, embora Trump irá provavelmente desmantelar muitas das políticas de Biden tão logo retorne à Casa Branca. "Os revezes são inevitáveis. Desistir é imperdoável", disse Biden. "Lembrem-se, uma derrota não significa que estamos derrotados.".

Biden convidou Trump para a Casa Branca, para o que deverá ser o primeiro encontro de ambos desde o desempenho desastroso do democrata no debate contra Trump em junho, que acabou o empurrando para fora da disputa.

Trump prepara equipe de governo

A campanha do republicano informou em nota divulgada nesta quarta-feira que "nos próximos dias e semanas, o presidente Trump selecionará o pessoal para servir nossa nação sob sua liderança".

Robert F. Kennedy Jr., o ex-candidato independente conhecido pela postura antivacina, para quem Trump prometeu um "grande papel" na saúde, é um dos nomes mais cotados. Nesta quarta-feira, ele disse à emissora NBC News que não vai "tirar as vacinas de ninguém", mas afirmou que o governo Trump irá recomendar a remoção do fluoreto do abastecimento de água dos EUA.

O bilionário Elon Musk também é cotado para ocupar um cargo após apoiar de manieta enfática a campanha eleitoral de Trump. O presidente eleito disse que pedirá ao criador da SpaceX, Tesla e proprietário da rede social X uma auditoria no governo dos EUA para cortar gastos.

Legado de Biden

Trump poderá desmantelar o legado de Biden, ao pôr em risco os bilhões de dólares em ajuda militar enviado pelos EUA à Ucrânia, que desde 2022 luta para conter a invasão russa em seu território. Durante a campanha, Trump disse que pressionaria Kiev a fazer um acordo de paz.

Ele também deve desmontar as políticas ambientais de Biden com sua promessa de aumentar as perfurações em busca de petróleo.

Alguns democratas culpam Biden pela derrota de Harris, dizendo que ele não deveria ter tentado a reeleição. Biden, de 81 anos, desistiu de sua candidatura à reeleição, após uma performance desastrosa no debate televisivo com Trump gerar dúvidas sobre sua aptidão para exercer o cargo por mais quatro anos.

rc (Reuters, AFP)

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