Biden endossa versão israelense sobre tragédia em hospital na Faixa de Gaza

Presidente dos EUA se encontrou com Benjamin Netanyahu em sala de guerra em Israel

Por Moises Rabinovici

Biden endossa versão israelense sobre tragédia em hospital na Faixa de Gaza
Joe Biden e Benjamin Netanyahu
REUTERS/Evelyn Hockstein

O presidente Biden foi saudado por uma saraivada de mísseis do Hamas ao desembarcar em Tel-Aviv. Mas o esperavam também o primeiro-ministro Netanyahu e o presidente Herzog. Os misseis passaram longe do aeroporto, caindo em localidades israelenses perto de Gaza. Não há notícias de mortos ou feridos.

Biden endossou, em princípio, a versão israelense sobre a causa da explosão no hospital de Gaza, na noite de ontem. "Com base no que eu vi, parece que foi feito pela outra equipe, não por vocês", disse ele. "Mas há muitas pessoas por aí que não têm certeza".

A versão de Israel é a de que o míssil teria sido disparado pela Jihad Islâmica e, como outros 30% dos lançados anteriormente, falhou, atingido o hospital. Não havia avião israelense na área. Hoje pela manhã os militares acrescentaram novos indícios que os absolveriam: se tivesse sido um míssil israelense, haveria uma cratera onde ele caiu. Drones que passaram pelo local não avistaram nenhuma cratera nem danos estruturais a prédios vizinhos. Uma investigação independente será feita para tirar as dúvidas e apresentar uma conclusão.

A versão que está valendo para o Irã, o Hamas, o Hezbollah e outros países árabes da região é de que a culpa deve ser mesmo de Israel. Provavelmente, como em situações anteriores, a certeza do culpado não mudará, mesmo que contestada.

Biden e Netanyahu se reuniram na sala de guerra do Ministério da Defesa de Israel. O assunto deve ter sido a retaliação que Israel ainda pretende fazer pelo massacre do Hamas em 7 de outubro, em cidades e kibutzim da fronteira com Gaza, e na rave no Neguev, em Re'im. Mas o Hezbollah e o Irã devem ser pauta da conversa. As escaramuças do Hezbollah com o exército israelense, na fronteira do Líbano, estão numa escalada há dois dias. Foi para evitar uma segunda frente de combates e uma possível intervenção iraniana, que Biden enviou para o mediterrâneo, dois poderosos porta-aviões e dois mil fuzileiros navais.

O suspense agora é o que levará de volta Biden a Washington. Ele não poderá sair de mãos vazias. O encontro dele com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o rei Abdullah, da Jordânia, foi cancelado logo depois da explosão no hospital de Gaza, cujos mortos continuam sendo contados.

‘Europa em alerta’

"A Europa em alerta", diz o Le Parisien, depois que um tunisino matou dois suecos em Bruxelas, na segunda-feira. "Todos os estados europeus são vulneráveis", comentou o presidente Emmanuel Macron. 

O jornal francês La Dépêche também deu sua manchete para "A Europa na mira do terrorismo". No belga La Libre: "Luta contra o terrorismo: uma nova derrota". E o Le Soir, também belga: "O assassino passou sob todos os radares". No jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano: "O medo e a dor".

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