O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil Wellington Dias afirmou que o dinheiro de benefícios sociais, como o Bolsa Família, não deve ser usado para apostas esportivas online, nas famosas “bets”.
“Dinheiro do Bolsa Família, dinheiro de benefícios sociais não é para apostas, não é para uso em jogos. Vamos trabalhar no limite zero para garantir que não se tenha o uso desses recursos. E em alguns casos, se for necessário, alterar o titular, colocando nas mãos de alguém que garanta a responsabilidade da alimentação e outras despesas da família”, afirmou Dias.
O ministro disse que o governo participará da audiência pública convocada por Luiz Fux, do STF, e que montou com um “grupo de trabalho” para discutir o tema e levar a proposta para o presidente Lula.
“O Supremo chamou uma audiência pública sobre esta situação das bets, a regulamentação de jogos, e teremos a participação do MDS, considerando essa parte social, juntamente com a Advocacia-Geral da União, a Rede Federal de Fiscalização e controle do Bolsa Família. Vamos comparecer e colocar os aspectos sociais e algumas propostas. Estamos trabalhando em um grupo de trabalho que o presidente Lula recomendou. O objetivo é, primeiro, total prioridade para o combate à fome, para chegar às pessoas recursos que garantam a segurança alimentar. Segundo, trabalhar junto à erradicação da pobreza. Mas, é claro, vamos manter a transferência de renda”, finalizou o Ministro.
Questionado sobre a opinião do presidente Lula sobre o tema, Dias afirmou que o presidente ainda não disse que sim e nem que não sobre barrar o dinheiro do bolsa família para apostas. Segundo o ministro, a decisão deve acorrer após a viagem do presidente para México.
Bolsa Família x Apostas
Um estudo do Banco Central revela que apenas em agosto cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram três bilhões de reais com apostas, via Pix. Ou seja, a cada cinco reais pagos pelo governo, um real foi direcionado para apostas, resultando em um lucro de mais de 20 bilhões de reais para as empresas. Esse valor representa 21% do total repassado pelo governo federal às famílias beneficiárias do programa no mesmo período.