Uma agtech (agricultural technologies) de São Paulo foi a grande vencedora da 'batalha de startups' promovida pelo South Summit Brazil, que encerrou sua terceira edição nesta sexta-feira, em Porto Alegre. A Cromai, que levou o prêmio na categoria destaque, a principal da disputa, utiliza inteligência artificial para identificar ervas daninhas nas lavouras de cana-de-açúcar e aumentar a produtividade no campo.
Ao todo, mais de 2 mil startups de 80 países se inscreveram na batalha, e 50 foram selecionadas para subir ao palco do Arena Stage no South Summit e apresentar as suas ideias para um comitê julgador durante os dois primeiros dias do evento. No final, restaram apenas dez para disputar os prêmio em quatro categorias: destaque, mais escalável, mais inovadora, mais sustentável e melhor equipe.
Das dez startups finalistas, sete eram brasileiras. Das quatro premiadas, três delas são do Brasil. As também paulistas B4Waste, uma foodtech, e IBBX, uma energytech, foram as vencedoras das categorias mais sustentável e mais inovadora, respectivamente. Na categoria mais escalável, o prêmio ficou com a healthtech Ostera, do Rio Grande do Sul. Única estrangeira premiada, a healthtech chilena PhageLab do Chile venceu na disputa de melhor time.
A terceira edição do South Summit Brazil ocorreu no Cais Mauá, à beira do rio Guaíba, e recebeu mais de 23 mil pessoas de 55 países para debater sobre inovação e tecnologia durante os três dias de evento. Estiveram presentes mais de 900 investidores, que representam um patrimônio estimado de US$ 213 bilhões, 140 fundos de investimento nacionais e internacionais, mais de 800 palestrantes, 7 mil empresas e mais de 3 mil startups - que não entraram na disputa.
O evento teve painéis bastante disputados pelo público, como os de Uri Levine, cofundador do Waze, Jeff Hoffman, do Booking.com, André Penha, cofundador do QuintoAndar, e Guilherme Horn, CEO do WhatsApp. Também foi feito o anúncio da quarta edição do South Summit Brazil, que ocorrerá de 9 a 11 de abril de 2025, novamente em Porto Alegre.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve presente no encerramento do evento e destacou a grandeza e a importância da edição. "Tivemos um evento com a periferia, com as grandes empresas, os grandes estudos de investimento, os alunos, as nossas redes de ensino, o poder público, todos circulando e interagindo, e assim gerando ganhos para todos. Ninguém sai desse South Summit como entrou, porque todas as interações que aqui aconteceram certamente tocaram a alma, o coração e a mente de cada um. Saímos todos muito maiores e melhores", afirmou.
Leite também foi lembrado no discurso de agradecimento de Maria Benjumea, fundadora do South Summit na Espanha, que reconheeu também a importância do Rio Grande do Sul. "Esta iniciativa é sua e este é o Estado da inovação, em que todos trabalham juntos. Só com essa união é possível que tenhamos esta maravilha de South Summit, que desenvolve negócios que beneficiam, cada vez mais, toda a sociedade. Este é um sonho que se tornou realidade. É maravilhoso ver como, juntos, criamos esta comunidade. Isto já é realidade: posicionar Porto Alegre e o Rio Grande do Sul no mapa mundial", disse.
José Renato Hopf, presidente do South Summit Brazil, destacou o papel do South Summit em reunir todos os lados do mundo dos negócios em um mesmo evento. "Representa, na prática, nosso propósito, que é conectar atores e gerar uma grande variedade de negócios. Essa rua de 1 quilômetro de extensão faz as pessoas se encontrarem: as startups, os investidores, o grande palestrante e o grande empresário. Esse ambiente cria uma energia que só vivendo para conseguir entender" afirmou.
Também esteve presente no encerramentto da terceira edição o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que reconheceu a importância do South Summit para as cidades e, principalmente para as periferias. "O South Summit Brazil se consolida como a liga definitiva para mentes inovadoras no Brasil e no Rio Grande do Sul. A inovação que discutimos aqui deve resultar em benefícios para as periferias, uma vez que 86% dos brasileiros vivem em cidades. E devemos, cada vez mais, discutir as questões climáticas", disse.