Durante videoconferência em evento promovido por uma universidade alemã, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou o uso das Forças Armadas para o ataque ao processo eleitoral brasileiro. Segundo o magistrado, há uma tentativa de desacreditá-lo.
“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996, não tem nenhum episódio de fraude. Eleições são totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente, convidadas para participarem do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, afirmou o ministro do STF.
Para Barroso, existe um esforço de politização dos militares, o que, segundo ele, é um “risco real para a democracia”. O ministro não citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de os exemplos dados na palestra serem relativos a atos com a participação do chefe do Palácio do Planalto.
“Um fenômeno que, em alguma medida, é preocupante, mas que, até aqui, não tem ocorrido, mas é preciso estar atento, é o esforço de politização das Forças Armadas. Este é um risco real para a democracia”, disse o ministro.
Em outro momento da fala, Barroso destacou que foi militante contra a ditadura e crítico severo do regime militar iniciado em 1964, no Brasil. Segundo ele, em 33 anos de democracia, não houve notícias ruins das Forças Aramadas do país.
“Eu que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura. Nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi das Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça”, enfatizou o ministro.