A CPI da Pandemia tem dois novos investigados: o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin junto ao Ministério da Saúde.
O nome do parlamentar teria sido mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro em supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, segundo revelado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) na própria CPI. O líder do governo negou qualquer envolvimento em irregularidades e disse que Miranda teria levado uma foto dele ao encontro o presidente. Ao mostrá-la, Bolsonaro teria perguntado, e não afirmado, sobre o seu envolvimento com o caso.
Em depoimento na última quinta (12), Barros causou tumulto em seu depoimento aos senadores ao acusar a atuação da comissão no Senado estaria afastando as empresas interessadas em vender vacinas ao Brasil.
“Não suportam a verdade e usam táticas covardes de vazamento. Minha conduta parlamentar é exemplar. Nada encontrarão. Agora, meus advogados conduzirão o relacionamento com a CPI”, disse o deputado pelas redes sociais após o anúncio do relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Advogado da Precisa fica em silêncio e passa a ser investigado pela CPI
Oficialmente, Silveira esteve na comissão como testemunha, nesta quarta (18). A defesa dele alegou sigilo profissional para que ficasse calado.
Mas, o habeas corpus concedido a ele pelo Supremo Tribunal Federal permitia que não respondesse apenas sobre fatos que pudessem incriminá-lo. Mesmo assim, se calou.
A sessão foi suspensa por uma hora. Na retomada, ele decidiu falar, mas não conseguiu explicar porque afirma ser advogado da Precisa sendo que, em audiência pública no Senado, em março, se apresentou como gerente de contratos da empresa.
A Precisa foi intermediária na venda da vacina indiana Covaxin no Brasil. O contrato de mais de R$ 1,5 bi com o Ministério da Saúde foi cancelado após indícios de irregularidades.
Ao saber que passaria, oficialmente, à condição de investigado, Túlio voltou a ficar em silêncio.
Nesta quinta (19), a CPI ouve o dono da Precisa, Francisco Maximiano. Ele conseguiu adiar seu depoimento por mais de um mês.