O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (22) que o aumento no teto de gastos "é uma licença para gastar um pouco mais", mas que o Brasil seguirá respeitando regras fiscais.
Na noite da quinta-feira (21), após uma sessão de mais de sete horas, a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita o pagamento de precatórios.
Com a aprovação da proposta, o texto agora vai para o plenário da Casa, onde precisa ser aprovado em dois turnos antes de seguir para o Senado.
Caso aprovada, a PEC permitirá adiar o pagamento de sentenças judiciais acima de R$ 600 mil, abrindo um espaço fiscal de R$ 83 bilhões no orçamento de 2022. Assim, abriria caminho para que o governo “fure” o teto orçamentário e viabilize o Auxílio Brasil de R$ 400.
No começo da tarde desta sexta-feira, Guedes se encontrou no Ministério da Economia com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os dois debateram nomes novos secretários na pasta e o pagamento do benefício.
Horas depois, em coletiva, o ministro afirmou que o governo não fará “nenhuma aventura” para assegurar o pagamento do auxílio, mas admitiu que terá que “gastar um pouco mais”.
“Não vamos deixar pessoas com fome”, disse o ministro.
Guedes afirmou que se criou um “barulho” ao discutir a possibilidade de furar o Teto de Gastos para ampliar o Auxílio Brasil, e afirmou ainda que a medida poderia ser tomada porque o país “é forte o suficiente”.
Segundo Paulo Guedes, não há “problema” em alterar ao Orçamento para pagar o Auxílio Brasil e ajudar caminhoneiros que sofrem como os seguidos reajustes no preço dos combustíveis. Ao mesmo tempo, disse que irá reduzir o ritmo do ajuste fiscal.
Sem demissão
Pressionado, o ministro da Economia ainda descartou deixar o cargo a curto prazo.
“Em nenhum momento eu pedir demissão”, afirmou, dizendo acreditar “na democracia brasileira”.
O mercado reagiu positivamente. As perdas na bolsa foram reduzidas, mesmo fechando no menor índice desde novembro, e o dólar caiu, fechando a R$ 5,62.