Aumenta número de dependentes do álcool na Alemanha

Em torno de 1,5 milhão de pessoas na Alemanha precisaram de atendimento médico em razão de abuso de álcool em 2022. Número de alcoólatras também aumentou. Entre os mais jovens, porém, diminuíram os casos

Por Deutsche Welle

Aumenta número de dependentes do álcool na Alemanha
Arquivo/Agência Brasil

O número de pessoas que precisaram de atendimento médico em razão de abuso de álcool aumentou na Alemanha. Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisas sobre o Sistema de Saúde da companhia de seguros Barmer, 1,058 milhão de homens e 467 mil mulheres foram atendidas em hospitais ou em ambulâncias por motivos associados ao consumo de álcool em 2022.

Os números divulgados nesta segunda-feira (23/01) superam os de 2017, com cerca de 50 mil pessoas a mais precisando de atendimento do que no levantamento anterior. Pessoas com idades entre 55 e 64 anos foram identificadas como sendo alcoólatras com mais frequência – 303 mil homens e 116 mil mulheres.

O estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e a cidade-estado de Bremen, ambos no norte do país, registraram um terço de alcoólatras a mais do que a média nacional. Os estados com números mais baixos foram a Renânia do Norte-Vestfália, no oeste, e Baden-Württemberg, no sul.

As diferenças não podem ser explicadas somente em termos médicos, observou o CEO da Barmer, Christoph Straub. "Fatores sociodemográficos também exercem influência." "O alcoolismo normalmente se desenvolve ao longo de muitos anos", afirmou, ressaltando a necessidade de as pessoas afetadas receberem tratamento individualizado.

Abuso de álcool cai entre os jovens

Ao mesmo tempo, o número de jovens que precisaram de atendimento em hospitais da Alemanha em razão de consumo agudo de álcool continuou a cair. Segundo o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), o ano de 2022 registrou o menor número de casos em 20 anos. Foram 11.537 ocorrências de crianças e adolescentes com idades entre dez e 19 anos que tiveram de ser atendidos em razão do abuso de álcool.

O Destatis atribui a queda nos números principalmente às restrições impostas durante a pandemia de covid-19, como o fechamento de bares e restaurantes e as restrições de contato. Também nesse caso, fatores demográficos podem ter exercido influência.

Mesmo com a diminuição dos casos entre jovens nos últimos anos, as autoridades continuam a alertar sobre os perigos do álcool através dos centros de prevenção e educação. O Centro Federal de Educação em Saúde afirma que até os 21 anos, o cérebro humano continua a realizar processos importantes de reestruturação.

Nessa faixa etária, o consumo de álcool pode causar danos significativos, mesmo se consumido em pequenas quantidades. O Centro de Esclarecimento Sanitário do país alerta que "o álcool causa danos a cada gole. É um veneno para células". A diretora do órgão, Christina Rummel, defende a adoção de medidas mais rígidas, como aumentar o preço das bebidas alcoólicas e ampliar a regulamentação da publicidade desses produtos.

rc/rk (ots)

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