Áudios ligam Bolsonaro a esquema de rachadinha

Presidente não pode ser investigado por crimes anteriores ao seu mandato

Da redação com BandNews TV

Áudios publicados pelo portal UOL apontam o envolvimento do presidente Jair Bolsonaro em um esquema ilegal de entrega de salários, popularmente conhecido como "rachadinha".  

A ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, aparece falando sobre a demissão do irmão, que não queria entregar todos os seus rendimentos ao então deputado federal.

"O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: 'Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'", diz ela sobre o irmão.

Ela conta que também teria participado do esquema no áudio revelado: "Na hora que eu estava aí fornecendo também e ele estava me ajudando porque eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais, então assim, certo ou errado agora já foi, não tem jeito de voltar atrás".

Andrea ainda cita Flávio e a irmã e ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.

"É muita coisa que eu posso ferrar a vida do Flávio, posso ferrar a vida do Jair, posso ferrar a vida da Cristina. É por isso que eles têm medo e mandam eu ficar quietinha", afirma ela.

Flávio Bolsonaro já foi denunciado por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no caso das rachadinhas, mas o presidente da República não pode ser investigado por crimes cometidos antes de seu mandato.

Uma possível investigação sobre esse suposto caso de peculato só pode ir adiante quando Bolsonaro deixar o cargo. Entretanto, a nova denúncia é mais um desgaste para o mandatário, que já vem sofrendo com revelações da CPI da Pandemia, mais de 100 pedidos de impeachment e protestos de rua por todo o Brasil.  

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que é suplente da CPI da Pandemia, diz que vai pedir a abertura de uma nova comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso.  

"Ninguém está acima da lei. Os fatos narrados são graves e exigem apuração imediata. Apresento hoje o pedido de CPI da Rachadinha", escreveu ele em sua conta no Twitter.

Para abrir uma CPI são necessárias assinaturas de 27 senadores e ter um fato determinado.  

Em nota, o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, afirma que os áudios são editados e fraudulentos. Ele diz ainda que o presidente está sendo vítuma de calúnia e fraude para tentar atingir sua reputação.  

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