Atualiza: Cinco policiais militares são presos em operação contra milícia no Brás

Por Estadão Conteúdo

O Estadão busca contato com as defesas.

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, apontou que os policiais agiam como uma milícia, dividindo o território e exigindo pagamentos de vendedores informais, muitos deles imigrantes.

Quatro suspeitos civis também foram presos, segundo o balanço preliminar da operação. As autoridades ainda buscam localizar um dos policiais militares, uma policial civil e outros quatro civis que teriam participação no esquema.

Esses pagamentos eram cobrados a título de "luva", em troca de autorização para os comerciantes se instalarem na região, e também semanalmente.

Conhecida pelo comércio de vestuário, a região do Brás tem alto índice de informalidade. Segundo o MP, como não têm acesso a linhas de crédito, os comerciantes de região pegavam dinheiro emprestado com agiotas para pagar os policiais e, muitas vezes, esses próprios agentes eram contratados para fazer as cobranças.

Testemunhas ouvidas na investigação relataram que os comerciantes que não pagam o valor cobrado são ameaçados de morte, agredidos e retirados dos pontos de venda.

Os investigadores suspeitam que a CoopsBra´s, fundada supostamente para apoiar comerciantes da regia~o, seria uma cooperativa de fachada usada no esquema de extorsão.

O inquérito foi aberto a partir de denúncias recebidas pela Corregedoria da PM. Os investigadores circularam à paisana no Brás por semanas, com uma caneta câmera espiã, para colher provas. Diversas cobranças foram flagradas durante as ações de monitoramento, tanto nos boxes quanto em barracas na rua.

"Durante este trabalho investigativo demonstrou-se a audácia e a sensação de impunidade destes policiais", apontou a Polícia Militar ao pedir a prisão dos agentes. "Sem receio, abordam os vendedores e se auto intitulando policiais ou demonstrando estarem portando arma de fogo, ameaçam de expulsa~o do local, agressão, extorquem, roubam."

Além das prisões preventivas, a Justiça de São Paulo também autorizou buscas em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados e a quebra do sigilo bancário e fiscal de oito empresas e 21 pessoas.

Veja quem são os principais investigados:

José Renato Silva Oliveira, policial militar;

Lúcia Ferreira de Oliveira, policial militar;

Sérgio Ferreira do Nascimento, policial militar;

Wellington Stefani, policial militar;

Humberto de Almeida Batista; policial militar;

Mauri´cio Oliveira de Souza, policial militar reformado;

Francisco Jose´ da Silva Neto, ex-policial militar;

Viviane Leticia Felix Trevisan, escriva~ da Poli´cia Civil;

William Perdomo Zanabria, apontado como agiota;

Peterson Ribeiro Batista, conhecido como "Tetinha", vice-presidente da CoopsBra´s;

Fernando Bondade de Oliveira;

Luciano Santos da Silva;

João Paulo Schmid;

Antonio Marcos Alves de Castro;

Kelen Fernada Cardoso;

Paloma Joana Bueno.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

O Estadão busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação.

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