Nesta sexta-feira (16), saíram da China, insumos para a fabricação de mais cinco milhões de doses da CoronaVac. O Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) chega ao Brasil na segunda-feira (19).
Mas o momento é de incerteza. Em três meses, 25 milhões de brasileiros tomaram a primeira dose da vacina, o que representa 12% da população. A dúvida é saber como vai ser o ritmo daqui para frente, no momento em que o país enfrenta dificuldades para conseguir mais vacinas.
No começo de março, o Ministério da Saúde previa 210 milhões de doses até junho. O número caiu para 150 milhões. Vários fatores contribuíram para a queda.
A Fiocruz, que previa entregar 83,8 milhões de doses no primeiro semestre, vai liberar 77,9 milhões. Já o Instituto Butantan, responsável por mais de 70% da imunização até agora, depende do envio de matéria-prima para continuar a produção.
Segundo o Instituto, há insumos garantidos para mais 10 milhões de doses - totalizando 50 milhões. Mas a previsão inicial era de 58 milhões.
Além disso, a Anvisa negou o pedido de importação e uso da indiana Covaxin e ainda analisa a solicitação do imunizante russo Sputnik V.
Com o fim da imunização de idosos, o próximo grupo a ser vacinado será o de pessoas com doenças que podem agravar o quadro de covid. Mas, com menos doses disponíveis, outra questão surge: Quais vão ser os grupos a receber a vacina e como isso vai ser feito?
Os Estados ainda aguardam um posicionamento do Ministério da Saúde para responder algumas perguntas, como a possibilidade de priorizar faixas etárias e até mesmo os critérios para que as doenças, como a diabetes, sejam comprovadas pelas pessoas.
Apenas a CoronaVac e a vacina Oxford/AstraZeneca são aplicadas atualmente no Brasil. No ano passado, o governo federal recusou a oferta de 70 milhões de doses da Pfizer. A compra de 100 milhões foi firmada apenas neste ano, com previsão das primeiras entregas para este mês.
“Esse atraso já nos custou significativamente. Discute-se muito a questão da vacinação privada, como se só existisse o Brasil, como se fosse fácil, mas a fila é mundial e existe um cronograma de entregas que já está acordado com grandes laboratórios”, explicou o divulgador científico e economista Thomas Conti.
A velocidade da vacinação é importante não só para a retomada da economia, mas para evitar que novas variantes surjam.