Atentado, desistência de Biden e polarização: como foi a disputa entre Trump e Kamala

Disputa entre os candidatos é acirrada, e ambos aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas nos estados-pêndulo

Por Karina Crisanto

Atentado, desistência de Biden e polarização: como foi a disputa entre Trump e Kamala
Kamala Harris e Donald Trump
Foto: Reuters

Os norte-americanos vão às urnas nesta terça-feira (5) para escolher o novo presidente dos Estados Unidos. A disputa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump é acirrada, e ambos aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas eleitorais nos estados-pêndulo. 

Porém, desde o início da campanha presidencial, a disputa foi marcada pela tentativa de assassinato contra Donald Trump durante um comício, desistência de Joe Biden, apoio de celebridades à Kamala Harris e o aumento da polarização política. 

Atentado contra Trump 

Em 13 de julho, o republicano foi alvo de um atentado durante um comício na Pensilvânia, nos Estados Unidos. O então pré-candidato à presidência do país foi atingido por um tiro de raspão na orelha. 

Donald Trump foi escoltado para sua comitiva em Butler, Pensilvânia, uma cidade rural a cerca de uma hora ao norte de Pittsburgh. Ele ergueu o punho para a multidão enquanto o Serviço Secreto o retirava do palco.

O FBI, a polícia federal americana, identificou como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, o autor da tentativa de assassinato contra o ex-presidente. O atirador foi morto. Além de Trump, mais três pessoas foram baleadas, uma delas morreu.

Durante entrevista ao New York Post, Trump disse que “não deveria estar aqui” ao comentar sobre o atentado e afirmou que os médicos chamaram sua sobrevivência de “milagre”. 

Ao comentar sobre o atentado, Joe Biden classificou o tiroteio como mais um episódio de violência política e pediu respeito à democracia do país. Além disso, pediu a união dos americanos. 

Do desempenho desastroso em debate à desistência de Biden

No primeiro debate da corrida presidencial à Casa Branca, o desempenho de Joe Biden foi considerado desastroso. O democrata se confundiu várias vezes, o que gerou críticas da mídia e levantou dúvidas sobre sua capacidade de continuar na corrida presidencial. Em um dos momentos, ele tentou falar sobre a taxação de bilionários, mas tropeçou nas palavras.  

Após a crítica negativa ao desempenho no debate eleitoral, Biden relutou sobre desistir da candidatura. Porém, em 21 de julho, anunciou a desistência por meio de uma carta e informou que cumpriria o mandato até 2025 e endossou Kamala Harris para a disputa presidencial. 

Indicação de Kamala 

Kamala Harris foi oficializada como candidata à presidência pelo Partido Democrata durante convenção realizada em Chicago. Durante discurso, Kamala pregou a união entre os americanos, alertou sobre o risco de Donald Trump vencer a eleição e colocou as mulheres como protagonistas. 

Kamala Harris acusou o candidato republicano de querer ser um autocrata. Ela lembrou da aproximação do adversário com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

A vice-presidente voltou a defender o restabelecimento da lei federal que permitia o aborto legal e seguro para qualquer mulher no primeiro trimestre da gestação nos Estados Unidos.

Primeiro e único debate entre os candidatos 

O primeiro e único debate entre Donald Trump e Kamala Harris começou com um gesto surpreendente da atual vice-presidente, que se dirigiu até Trump e o cumprimentou. “Prazer, Kamala Harris”, disse a candidata democrata. Trump desviou o olhar, mas apertou a mão da vice-presidente.

No entanto, o clima mudou logo após a primeira pergunta dos moderadores. Diferente do esperado, Kamala iniciou o debate com uma postura agressiva. Questionada sobre a economia dos Estados Unidos, ela afirmou que durante o governo Biden, em que foi vice-presidente, precisou limpar a bagunça deixada por Trump.

Os principais temas debatidos na ocasião foram: imigração, aborto e os conflitos em curso no Oriente Médio e na Ucrânia. 

Kamala recebe apoio de artistas 

A cantora norte-americana Taylor Swift anunciou que irá votar na democrata Kamala Harris para presidente dos Estados Unidos. A declaração da artista foi feita em um post nas redes sociais logo após o debate realizado pela emissora ABC. Em 2020, ela apoiou Joe Biden. 

No comunicado, a cantora afirmou que pesquisou as propostas tanto de Kamala Harris quanto de Donald Trump e escolheu a democrata por ser uma “líder firme e talentosa”. 

No decorrer da campanha eleitoral, a democrata recebeu apoio de diversos artistas, entre eles Oprah Winfrey, Beyoncé, Jennifer Lopez, atores da Marvel, entre outros. 

Processo contra Elon Musk 

O promotor público da Filadélfia Larry Krasner entrou com uma ação judicial em 28 de outubro contra Elon Musk e seu comitê pró-Trump devido aos sorteios diários de US$ 1 milhão anunciado pelo bilionário para eleitores do candidato republicano em estados decisivos para as eleições de 5 de novembro.

O processo, movido em um tribunal estadual da Pensilvânia, visa interromper os sorteios, classificados por Krasner – que é democrata – como uma violação de leis estaduais e federais relacionadas a práticas eleitorais e loterias.

Urnas com cédulas são incendiadas 

Duas urnas eleitorais das eleições dos Estados Unidos foram incendiadas no fim de outubro. Os incidentes ocorreram em Portland, no Oregon, e em Vancouver, em Washington. O FBI investiga se a ação foi coordenada, já que as duas cidades ficam relativamente próximas uma da outra. 

Os votos de uma das urnas conseguiram ser recuperados, mas não da outra. As autoridades norte-americanas buscam os eleitores para fazerem novamente o registro.

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