Um ataque suicida executado neste sábado (08/11) em uma estação ferroviária da cidade paquistanesa de Quetta, na conturbada província do Baluchistão, deixou pelo mais de 20 mortos e 40 feridos, segundo a polícia local.
O grupo armado separatista Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) assumiu a responsabilidade em um comunicado divulgado nas redes sociais e afirmou que o ataque teve como alvo membros do Exército que se encontravam na estação.
O comissário da Divisão de Quetta, Hamza Shafqat, confirmou inicialmente em comunicado à imprensa a morte de pelo menos 24 pessoas, algumas delas membros das forças de segurança. Mas um porta-voz do hospital provincial Sandeman de Quetta, apontou que 26 pessoas morreram, entre elas 14 membros das Forças Armadas e 12 civis. Outros 46 membros das forças de segurança e 14 civis ficaram feridos, disse um porta-voz do hospital.
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif disse que os autores do ataque "pagarão um preço alto".
A explosão ocorreu quando membros da infantaria do Exército paquistanês voltavam de um curso de treinamento.
Segundo Shafqaat, o homem-bomba entrou na estação com bagagem. Imagens do circuito de segurança divulgadas pelos canais de televisão locais, e que supostamente correspondem ao momento do ataque, mostram dezenas de pessoas esperando na plataforma antes da explosão.
O Paquistão vem sendo palco de um aumento de ataques terroristas, especialmente nas províncias do Baluchistão e Khyber Pakhtunkhwa, ambas na fronteira com o Afeganistão.
O Baluchistão é a maior província do Paquistão, mas também a mais pobre, apesar de seus significativos recursos minerais e de gás, sobre os quais os separatistas da região reivindicam o controle.
O BLA realiza regularmente ataques contra forças policiais e paquistaneses em outras províncias. O ataque de hoje ocorreu apenas uma semana depois de outra explosão perto de uma escola e um hospital em outra cidade do Baluchistão ter matado oito pessoas, incluindo cinco crianças.
O BLA acusa o Estado paquistanês de cometer atrocidades contra o povo baloch e argumenta que os recursos naturais da região, como o gás e o petróleo, são explorados em benefício de outras partes do país, sem que o povo do Baluchistão receba uma compensação justa.
Apesar dos esforços dos militares paquistaneses para suprimir a insurgência, o BLA e outros grupos militantes continuam realizando ataques, demonstrando sua capacidade de operar em áreas remotas.
jps (AFP, EFE, ots)