Um intensivo ataque russo durante a madrugada desta quinta-feira (28) deixou mais de 1 milhão de ucranianos sem energia em três regiões do oeste do país, informaram autoridades locais da Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia utilizou no ataque que tinha como alvo o sistema elétrico do país uma centena de drones e mais de 90 mísseis, inclusive de cruzeiro com munições de fragmentação. "Essas munições cluster complicam de forma significativa o trabalho de reparação dos danos causados pelo ataque", disse Zelensky, que descreveu este último bombardeio como "uma escalada perversa das táticas terroristas russas".
O presidente ucraniano explicou que os mísseis que transportavam as munições cluster eram mísseis de cruzeiro Kalibr, com os quais a Rússia ataca frequentemente o território ucraniano. As defesas ucranianas afirmaram que conseguiram abater 79 mísseis e 35 drones.
De acordo com o governador da região de Lviv, no oeste da Ucrânia, 523 mil pessoas estão sem luz devido ao ataque. Na região vizinha de Rivne, 280 mil foram afetadas, e 215 mil em Volyn, enquanto 215 mil não têm eletricidade em Volhynia, também na fronteira com Lviv. Explosões também foram ouvidas nas cidades de Odessa, Kropyvnytskyi, Kharkiv e Lutsk.
Zelensky reiterou o apelo aos aliados ocidentais de Kiev para que forneçam mais armamentos de defesa antiaérea e que garantam entregas pontuais, especialmente durante os meses críticos de inverno, enquanto a Ucrânia luta para proteger a infraestrutura de energia.
O chefe de gabinete da presidência da Ucrânia, Andrii Yermak, afirmou que a Rússia havia estocado mísseis para atacar a infraestrutura ucraniana durante esse início de inverno. O exército ucraniano confirmou que mísseis russos foram lançados em direção a várias regiões: "O alerta de ataque aéreo foi declarado em todo o território da Ucrânia", divulgou a corporação no Telegram.
O 11º ataque ao sistema elétrico desde março
A ação desta quinta foi o segundo grande ataque russo contra a infraestrutura de energia ucraniana neste mês de novembro, e o 11 º registrado desde março, também causou cortes massivos de energia na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, e na cidade de Zhytomyr, no centro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o bombardeio foi uma resposta ao uso de mísseis ATACMS americanos pela Ucrânia para atacar territórios russos. Putin disse ainda que está selecionando alvos na Ucrânia que podem incluir "centros de tomada de decisão" em Kiev.
Até agora, Moscou não bombardeou prédios governamentais na capital ucraniana. Kiev é fortemente protegida por um sistema de defesa aéreo, mas Putin diz que o míssil hipersônico Oreschnik, usado pela primeira vez na guerra pelo país na semana passada, é incapaz de ser interceptado.
A guerra que eclodiu em fevereiro de 2022 está agora em um momento crítico para a Ucrânia, com forças terrestres russas avançando em ritmo mais rápido, principalmente na região de Donetsk, no leste.
gb/cn (Reuters, AFP, AP, dpa)