Apesar da pressão da Anvisa para que o presidente Jair Bolsonaro vete a MP que impõe prazo de 5 dias para a agência autorize o uso de um imunizante já aprovado por outras agências reguladoras pelo mundo, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) não acredita que o trecho será vetado na sanção.
A declaração foi dada na noite desta quarta-feira (10) ao Ponto a Ponto, comandado pela jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda na BandNews TV (assista à entrevista na íntegra acima).
“Não acredito em um veto do presidente. Acho que a Anvisa tem que fazer um esforço nesse momento, com muita base cientifica, para pensar diferente, pensar que estamos em um momento de guerra contra vírus, e que todos os meios tem que ser usados. Não só os meios adequados e pertinentes ao período de normalidade”, opinou.
Lira justifica problemas sociais e econômicos para justificar a pressa nos processos da agência, criticando “os vários discursos” nessa discussão.
“A gente tem que ofertar todas as vacinas de que tenham testes de terceira fase em seus países, que tenham as agencias principais do mundo com elas aprovadas. Nesse momento, a gente precisa escolher um discurso, um lado. Muitas vezes, somos muito criticados por dizer que nós estávamos moldando a Anvisa para que ela só desse garantias de vacinação seguindo o rito. Mas nós estamos em uma emergência pandêmica, com 3 problemas muitos sérios: econômicos, sociais e pandêmicos. E para essas situações de guerra, situações de dificuldade, temos que ser ágeis”.
O novo presidente da Câmara diz que há um esforço grande para garantir que as vacinas contra a covid-19 não sejam politizadas e que elas sejam ofertadas mais rapidamente a grupos maiores de brasileiros.
Novo imposto?
Perguntado sobre sua posição sobre a criação de um novo imposto, o líder da Câmara disse que não abordou o ministro Paulo Guedes sobre o assunto, falando que apenas existem "hipóteses", sejam propostas para compensar a desoneração da folha de pagamento ou para manter programas sociais.
“Não tive nenhuma conversa com o ministro da Economia tratando de imposto para resolver problema do auxílio e nem para questão da desoneração [da folha de pagamento] faz alguns meses”, revelou, dizendo que o foco atual é na aprovação nas reformas estruturais na economia. Por isso, celebrou a aprovação do projeto que garante a autonomia do Banco Central nesta quarta.