O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), concedeu uma entrevista exclusiva ao BandNews TV na manhã desta quinta-feira (4) e falou sobre a tramitação da reforma tributária. Com a expectativa de que haja a votação em primeiro turno da medida, o político alagoano ressaltou que fará uma ligação para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para arrefecer o debate sobre o texto legislativo.
O posicionamento de qualquer cidadão público, quanto mais o ex-presidente, pesa. Inclusive, vou fazer uma ligação ao ex-presidente Bolsonaro. Todos estão trabalhando para que o PL não feche questão [contra a reforma]
Lira pediu para que, antes da sigla se posicionar de maneira contrária ao tema, que seja debatido melhorar no texto legislativo. "Não é recomendável que nenhum partido se posicione de maneira contrária sem especificar qual a possibilidade de melhora da legislação", pontuou. De acordo com o presidente da Câmara, houve negociações com setores da sociedade que posicionaram-se de maneira contrária ao tema e que, graças às tratativas, a reforma tributária foi ajustada.
"O que a gente apela, é para que a gente se atenha a questões técnicas do texto", completou. Questionado se haverá explicação a Bolsonaro sobre a reforma, Lira ressaltou que já há esclarecimentos sendo feitas. "Não queremos que ninguém mude de posição, mas no mínimo que o PL dê a oportunidade aos parlamentares para que estes possam se expressar com o que diz o texto e não posições partidárias", finalizou.
Bolsonaro critica reforma tributária
A fala de Lira sobre a necessidade de abaixar a "temperatura nesse momento", além do apelo realizado ao ex-presidente, ocorre após Bolsonaro utilizar as suas redes sociais para publicar críticas ao texto da reforma tributária. Chamando o texto de "reforma tributária do PT", Bolsonaro publicou que a medida iria encarecer os alimentos e automóveis. Ontem, o ex-mandatário chegou a pedir o arquivamento do texto tributário no Twitter.
"A pressa em votá-lo só nos traz mais preocupações com os já sofridos pagadores de impostos. Com tantas insanidades, a PEC merece um só destino: o arquivo da Câmara", publicou. No entanto, mesmo com a campanha contrária do ex-presidente, a expectativa é de que o texto seja votado em primeiro turno no plenário da Câmara ainda nesta quinta-feira.