O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou nesta quarta-feira (2) mensagem ao governador eleito de Santa Catarina Jorginho Mello (PL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), para que ele lidera a desmobilização de bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição presidencial.
Na mensagem, Aras destaca que o movimento já tem indícios de manifestação neonazista. "Caríssimo governador Jorginho Mello, sua liderança é fundamental para que superemos os movimentos em Santa Catarina que já desbordam para manifestações neonazistas. Creio que a sua legitimidade pode por termo ao conflito, como vem ocorrendo em todo o Brasil. Atenciosamente, Augusto Aras, PGR", diz o texto.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público de Santa Catarina informou nesta quarta-feira (2) que está trabalhando para identificar pessoas que fizeram suposta saudação nazista durante mobilização golpista em São Miguel do Oeste (SC).
"Uma vez identificadas, será produzido um relatório e as informações encaminhadas pra 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, que possui atribuição criminal, para responsabilização dos envolvidos", disse a coordenadora do Gaeco de São Miguel do Oeste, promotora de Justiça Marcela de Jesus Boldori Fernandes.
Um vídeo mostra um grupo de apoiadores de Bolsonaro fazendo gesto análogo ao da saudação nazista, movimento proibido no Brasil.
Eles estavam em via pública, na BR-163, cantando o hino e com as mãos estendidas em direção a um tanque de guerra na entrada de uma base militar.
Fazer apologia ao nazismo é crime. Nas redes sociais, alguns bolsonaristas disseram que o gesto era uma saudação à bandeira, durante a execução do hino nacional e que o gesto não teria ligação com o Nazismo.
Santa Catarina tem mais protestos
Segundo balanço mais recente da Polícia Rodoviária Federal, 15 estados registram manifestações em rodovias, sendo que 98 pontos estão interditados e há 52 pontos de bloqueio.
Santa Catarina é o estado com mais bloqueios (36), seguido pelo Paraná (10) e pelo Rio Grande do Sul (3). As interdições ocorrem em maior número em Mato Grosso (30), Pará (17), Rondônia (12) e Paraná (10).
Manifestantes também marcharam pelas ruas de Florianópolis e outras cidades em direção a quartéis para pedir golpe militar no País. Pelo menos oito estados tiveram registro de manifestações semelhantes em frente a quartéis.