A sétima onda de calor de 2024, que atinge o Brasil na primeira semana da primavera, força brasileiros a usarem umidificadores, ventiladores e ares-condicionados, além de outras ferramentas para driblar o calor.
No entanto, a utilização destes objetos precisa de cuidados. Em entrevista ao Band.com.br, o pneumologista Marcos Arbex, explidou a maneira correta de se prevenir durante períodos de má qualidade do ar.
Segundo o especialista, o ar-condicionado precisa ser limpo com frequência para evitar a proliferação de fungos e bactérias, mas também acende o alerta para a umidade do ambiente: quando ligado, há a necessidade de compensação da umidade com balde de água ou umidificadores.
O médico destacou a importância de alterar as “estratégias” para driblar a secura do ar, já que o mofo em decorrência da umidade em excesso, provocado por umidificadores de ar, pode ser motivo de crises alérgicas, “toalhas molhadas e baldes de água também ajudam a aumentar a umidade”.
Ventilador: aliado ou vilão?
As altas temperaturas também foram pauta nos últimos dias. No Rio de Janeiro, os termômetros chegaram a marcar 40°C por três dias consecutivos. Para quem não tem ar-condicionado em casa, a saída é recorrer ao ventilador.
No entanto, o pneumologista explica que precisa haver “muito cuidado em locais com poeira, porque pode haver aumento na suspensão do pó”.
“O ventilador pode ser usado, mas não colocado diretamente em direção às pessoas pode ser usado direcionando o vento em direção uma parede, por exemplo. Muito cuidado em locais com muita poeira, pode haver umas um aumento da suspensão dessa poeira no ar e indivíduos alérgicos passar mal em consequência disso”, explicou.
Além disso, o médico destacou a importância do uso de máscaras em locais abertos, “pessoas que trabalham fora tem que se manter hidratadas e sempre usando máscaras, de preferência, a N95 ou PFF”.
Fumaça pode causar doenças
A fumaça das queimadas contém um poluente chamado “material particulado”, chamado de MP, e gases. O MP é capaz de atingir as porções mais profundas do sistema respiratório, causando uma inflamação pulmonar, destacou o especialista.
“Esses poluentes podem causar doenças respiratórias, que ocasionam aumento de internações, aumento de atendimentos em serviço de emergência, aumento de mortalidade e diminuição da função pulmonar”, explicou o médico.
As doenças cardiovasculares também estão associadas aos poluentes encontrados no ar, como arritmia cardíaca e hipertensão.
“Além do mais, [a poluição] tem uma ação sobre mulheres grávidas causando o nascimento de bebê de baixo peso e partos prematuros”, completou.