O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu o Teste Público de Segurança (TPS) que avalia soluções aplicadas ao sistema eletrônico de votação no Brasil. Em evento nesta sexta-feira (13), Sandro Nunes Vieira, juiz auxiliar da presidência da Corte, destacou que os investigadores das urnas não conseguiram alterar, adulterar nem mexer na totalização dos votos.
“Dos 29 planos de teste, nenhum deles conseguiu alterar nenhum voto sequer ou mexer na totalização dos votos registrados e totalizados pelo Tribunal Superior Eleitoral”, pontuou o magistrado.
A cada ciclo eleitoral, o TSE realiza testes que reafirmam a segurança das urnas eletrônicas. No caso do TPS, especialistas, acadêmicos e entidades são chamados para contribuírem com pontos de melhorias no sistema eletrônico de votação. Em tentativas de invasão, por exemplo, os convidados apresentam possíveis soluções e recebem respostas técnicas ou procedimentais acerca das sugestões.
“Nós estamos colaborando com os investigadores, inclusive liberando camadas de defesa, e eles estão colaborando conosco, indicando fontes de melhorias para a segurança do sistema eleitoral. O balanço que faço é positivo porque os planos de ataque foram bem-sucedidos lá em novembro. Tiveram melhorias implementadas pelo TSE e foram resolvidos os problemas encontrados pelos investigadores na primeira fase do TPS”, continuou Vieira.
Resultados de 5 testes
O juiz auxiliar da presidência do TSE listou cinco planos de testes analisados ao longo deste TPS. Confira:
Recebimento de arquivos de urnas
O TSE destaca que há duas camadas de segurança, assinatura digital e criptografia. Na prática, um investigador não conseguiu enviar arquivos sem criptografia ou sem assinatura digital para o sistema, o que demonstra a integridade durante a totalização dos votos.
Sobreposição de teclado feito com impresso 3D na urna
O TSE avalia grande dificuldade na realização da atividade, mas apresentou, como solução procedimental, a diminuição da cabine eleitoral ainda em 2022, além da inspeção rotineira dos mesários e representantes dos partidos.
Acesso à rede do TSE
O TSE fez correções na infraestrutura do plano de rede e de controles de acesso ao sistema que transmite os boletins de urnas. A solução da Corte foi validada por peritos da Polícia Federal.
Utilização de teclas de atalho para a rede do TSE
Técnicos do TSE desabilitaram todas as teclas de atalho e houve testes por três dias, de maneira a confirmar o sucesso da solução proposta. A ação evitou acessos indevidos à rede do Tribunal.
Utilização e acoplamento da saída de áudio
Desde que cadastrados previamente, pessoas cegas recebem um fone de ouvido para votarem. A solução procedimental do TSE diz respeito a inspeções à parte traseira da urna, que, inclusive, fica visível aos mesários e representantes de partidos durante toda a votação.
Somente o presidente da mesa pode autorizar o uso do áudio, mesmo que alguém tente ferir a integridade da urna eletrônica pela saída de áudio.