Após sobrevoar o MA, Lula critica Bolsonaro: “Não trouxe nada para o Maranhão”

Lula criticou postura de Bolsonaro quando era presidente ao “brigar” com o então governador do Maranhão, Flávio Dino

Da redação

Após sobrevoar o MA, Lula critica Bolsonaro: “Não trouxe nada para o Maranhão”
Lula sobrevoa cidade alagada no Maranhão
Divulgação/Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita ao Maranhão para acompanhar o socorro às vítimas das enchentes, voltou ao criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao relembrar brigas do opositor ao então governador do estado, Flávio Dino (à época, PCdoB), agora ministro da Justiça e Segurança Pública.

Para Lula, Bolsonaro não levou “absolutamente nada” para o Maranhão quando era chefe do Poder Executivo. O petista reforçou que, agora, quer mostrar que o país dá certo com união entre prefeitos, governadores e governo federal.

“Vocês sabem que nós acabamos de ter um governo que, ao invés de vir aqui ajudar o Flávio Dino, ele brigava todo santo dia pela imprensa com o Flávio Dino, e não trouxe absolutamente nada para o estado do Maranhão. Nada, a não ser ofensa pessoal ao governador e, ofendendo o governador, chegou ofendendo o povo do Maranhão”, disse Lula em fala à jornalistas. 

A declaração de Lula ocorreu após ele sobrevoar a cidade de Trizidela do Vale, uma das mais atingidas pela cheia do Rio Mearim devido às chuvas. Ruas da área urbana da cidade foram invadidas pela água, cena que se repetiu em 2009, quando outra grande enchente dominou a região.

64 cidades em estado de emergência

O governo do Maranhão já decretou a situação de emergência de 64 municípios. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, cerca de 35.900 famílias foram afetadas pela elevação das águas. Ao menos 7,7 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

Desde março, seis mortes foram registradas por causa das fortes chuvas. Em todo o estado, nove rios, além de riachos e açudes, transbordaram. Comunidades inteiras estão isoladas.

O governador do estado, Carlos Brandão (PSB), destacou o trabalho conjunto entre os governos estadual, federal e municipais. O gestor informou que mais de R$ 12 milhões foram aprovados pelo Planalto para a recuperação das cidades maranhenses afetadas.

Cidade pode ser engolida

Em algumas cidades, a situação é ainda mais grave, como Buriticupu, em estado de calamidade pública. O município, com cerca de 72 mil habitantes, é assolado por voçorocas, fenômeno geológico que cria crateras gigantes. Segundo as autoridades maranhenses, algumas fendas chegam a medir 600 metros de extensão e 70 de profundidade.

Outro caso de gravidade é o de Alto Alegre do Pindaré. O município está debaixo d'água e ficou isolado após as chuvas. A rodovia estadual que dá acesso à cidade, a MA-119, está alagada. O Rio Pindaré, que corta a cidade, subiu mais de sete metros, com as chuvas. Ao todo, 450 famílias estão desabrigadas no município. Para se locomover pelas ruas de Alto Alegre do Pindaré, os moradores têm usado canoas e barcos improvisados.

Chuvas neste domingo de Páscoa

De acordo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume acumulado de chuva pode ultrapassar 100 mm, em diversas áreas do Maranhão, neste feriado de Páscoa. Volume parecido de chuvas deve cair nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará, e pode causar os chamados eventos extremos.

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