Um dia depois das explosões de pagers do Hezbollah, que deixaram 12 mortos e três mil feridos, outros dispositivos de comunicação sem fio do grupo xiita explodiram nesta quarta-feira (18) em Beirute, capital do Líbano. Pelo menos 20 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas.
Segundo a agência de notícias Reuters, a informação foi confirmada com uma fonte de segurança libanesa e uma testemunha. Uma das explosões teria ocorrido perto de um funeral organizado pelo Hezbollah para as vítimas do ataque da terça-feira (17).
Os walkie-talkies portáteis foram comprados pelo Hezbollah há cerca de cinco meses, na mesma época em que os pagers foram adquiridos pelo grupo libanês, disse uma fonte de segurança à Reuters.
Não houve comentários de Israel, que poucas horas antes dos ataques de terça-feira havia anunciado que estava ampliando os objetivos de sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza para incluir sua luta contra o Hezbollah, aliado do grupo palestino.
O Hezbollah disse que Israel é "totalmente responsável por essa agressão criminosa" e reiterou que vingaria o ataque, enquanto prometia continuar sua luta contra Israel em apoio ao Hamas na guerra de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, alertou que o "ataque flagrante à soberania e à segurança do Líbano" é um desenvolvimento perigoso que pode "sinalizar uma guerra mais ampla".
Explosões de pagers
As explosões quase simultâneas de pagers usados por membros do grupo xiita Hezbollah deixaram ao menos 12 pessoas mortas e quase três mil feridas, sendo 200 em estado grave, em diversas localidades do Líbano e em parte da Síria. Duas crianças estão entre os mortos.
As autoridades libanesas acusam Israel, no que parece ter sido um ataque sofisticado e remoto em um momento de tensões crescentes na fronteira com o Líbano. Os militares israelenses, até o momento, não comentaram as explosões.
Uma fonte de segurança libanesa disse à agência de notícias Reuters que o Mossad, agência de espionagem de Israel, plantou explosivos dentro de pagers importados pelo Hezbollah meses antes das detonações.
Segundo o jornal americano The New York Times, os pagers receberam mensagens falsas que pareciam ter sido enviadas pela liderança do Hezbollah, o que pode ter induzido os usuários a manusear os equipamentos. Porém, devem ter ativado os explosivos. As explosões continuaram por cerca de uma hora.
Outra fonte de segurança declarou à Reuters que algumas gramas de explosivos estavam escondidas nos novos pagers e passaram "despercebidas" durante meses.
O Hezbollah aderiu aos pagers como um meio de comunicação de baixa tecnologia para tentar escapar do rastreamento de localização feito por Israel, ou seja, para escapar da vigilância.
*Com informações da DW