Após morte de Ebrahim Raisi, Irã marca eleições presidenciais para 28 de junho

Ebrahim Raisi morreu em uma queda de helicóptero. Até a data do pleito, o primeiro vice-presidente do país assume o cargo

Da Redação

Ebrahim Raisi, presidente do Irã
West Asia News Agency)/Handout via REUTERS

Após a morte de Ebrahim Raisi em uma queda de helicóptero, autoridades do Irã marcaram para o dia 28 de junho as eleições para eleger o novo presidente do país. Atualmente, o vice-presidente iraniano, Mohammad Mokhber, ocupa o cargo de forma interina. 

Segundo a agência estatal iraniana IRNA, os candidatos poderão se inscrever para disputar o pleito de 30 de maio a 3 de junho. A campanha eleitoral será realizada entre 12 e 27 de junho. 

Até a realização do pleito, o primeiro vice-presidente assumirá o cargo e funções do presidente de forma interina, com a aprovação do Líder Supremo iraniano, Ali Khamenei. 

O Artigo 131 da Constituição da República Islâmica do Irã estabelece a formação de um conselho para gerir os assuntos executivos do país por um período de 50 dias e realizar as eleições presidenciais.

Acidente de helicóptero 

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos na queda de um helicóptero que o transportava por uma região montanhosa do país, confirmou o Ministério das Relações Exteriores do país. 

Além de Raisi, o ministro do Exterior, Hossein Amirabdollahian, e toda a delegação presidencial que viajava na mesma aeronave também morreram. 

O helicóptero com nove pessoas sumiu do radar na tarde de domingo, e os esforços de busca começaram imediatamente. Os destroços foram localizados nesta segunda, sem nenhum sinal de vida de seus ocupantes.

Raisi havia viajado para a província do Azerbaijão Oriental, onde inaugurou uma barragem com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, na fronteira entre os dois países.

Quem era Ebrahim Raisi, presidente do irã

Ebrahim Raisi, de 63 anos, se tornou presidente do Irã em 2021. Ele era ultraconservador e partidário declarado da ordem atual do país. Antes de se tornar presidente, foi o líder do judiciário do Irã.

Raisi enfrentou acusações de abusos de direitos humanos referentes a época em que era juiz. Ele teria participado de uma execução em massa de dissidentes do regime iraniano em 1988. Cerca de três mil pessoas foram executadas sem nenhum processo judicial.

Recentemente, sob o governo de Raisi, o Irã viveu uma escalada na tensão com Israel. No dia 1º de abril, um bombardeio israelense na embaixada do Irã na Síria matou sete membros da Guarda Revolucionária iraniana - incluindo um comandante sênior da guarda, segundo o governo iraniano. 

No dia seguinte, Raisi disse que o ataque não ficaria "sem resposta". Depois disso, líderes de Irã e Israel voltaram a trocar ameaças. Em 18 de abril, Israel atacou a base militar iraniana.

Em 2022, os olhos internacionais também se viram preocupados com o governo de Raisi depois da resposta violenta à onda de protestos. Manifestantes foram às ruas pedir justiça pela morte de uma jovem que morreu na prisão três dias após ser detida por não usar o véu em público. 

Na época, o presidente afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país". Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos.

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