Após fala polêmica sobre Israel, Janja diz que Lula defende paz e direito à vida

Primeira-dama saiu em defesa ao presidente após o brasileiro ser declarado persona non grata pelo governo israelense

Da Redação

Após fala polêmica sobre Israel, Janja diz que Lula defende paz e direito à vida
Janja teve o perfil no X hackeado esta semana
Claudio Kbene/PR

A primeira-dama Rosangela da Silva, conhecida como Janja, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o brasileiro ser declarado “persona non grata” por Israel. Para ela, Lula defende a paz e o direito à vida de crianças e mulheres. 

“Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus”, escreveu a primeira-dama na plataforma X, antigo Twitter. 

Na manhã deste domingo (18), Lula disse em coletiva de imprensa que o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas sim um genocídio e fez referências às ações de Hitler contra os judeus. 

“A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu. Sejamos honestos nas análises”, declarou Janja. “Perguntei certa vez a uma jornalista por que a imprensa não divulga as imagens do massacre em Gaza, ao que ela me respondeu: ‘porque são muito fortes as imagens das crianças mortas’. Se isso não é esconder o genocídio, eu não sei o que é”, completou. 

Para Janja, é preciso que “o mundo se indigne com o assassinato de cada uma dessas crianças e que se una, urgentemente, na construção da paz”. 

Declaração de Lula

Lula disse em coletiva de imprensa que o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas sim um genocídio e fez referências às ações de Hitler contra os judeus. 

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula. 

O presidente fez a declaração depois de ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), após denúncias israelenses de que 12 funcionários teriam participado dos ataques terroristas do Hamas contra Israel em 7 de outubro. 

Persona non grata 

O governo de Israel declarou nesta segunda-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “persona non grata” no país até pedir desculpas e faça uma retratação sobre a declaração onde comparou ações de Israel na Faixa de gaza ao extermínio de judeus provocado pelo regime nazista de Adolf Hitler na Segunda Guerra

“Não perdoaremos e não esqueceremos - em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que peça desculpas e se retrate por suas palavras”, declarou o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz. 

Para o chanceler israelense, a comparação de Lula entre “a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.

A declaração do ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, foi feita após reunião com o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, no museu do Holocausto, em Jerusalém.

Reação de Netanyahu 

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Se trata de banalizar o Holocausto, de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o premiê israelense. 

“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até a vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou Netanyahu. 

O chanceler israelense Israel Katz também se manifestou sobre as falas de Lula e informou que seu gabinete deve convocar o embaixador brasileiro para uma “repreensão” nesta segunda-feira (19). “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender”, declarou Israel Katz. 
 

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