Após aumentos, abastecer com etanol não compensa no estado de SP

Em meio a mais uma alta dos combustíveis, três cidades da região metropolitana da capital paulista anunciaram um reajuste das tarifas dos ônibus

Por Ana Paula Rodrigues

Após seguidos aumentos nas últimas semanas, abastecer com etanol deixou de valer a pena em São Paulo. Em meio a mais uma alta dos combustíveis, três cidades da região metropolitana da capital paulista anunciaram um reajuste das tarifas dos ônibus.

O preço do etanol só deve começar a cair nas bombas no final de maio. A previsão é de José Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, sindicato que reúne os postos de combustíveis de São Paulo.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, a gasolina interrompeu a sequência de quedas e voltou a subir na última semana: alta de 0,3%, com preço médio de R$ 7,219.

Já a alta do etanol foi bem nesse período: de 4,5%. Apenas em São Paulo, em quatro semanas, o etanol saltou de R$ 4,68 para R$ 5,03 em média.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do Sincopetro explicou que a disparada se deve à redução da oferta desse combustível nos postos. 

“Na grande maioria do estado de São Paulo hoje já não é mais vantagem abastecer com etanol. Fim de março é fim de safra e não tem produto no mercado. Se continuasse na mesma proporção que estava sendo consumido o etanol com certeza teríamos falta de etanol no mercado, porque não há produção suficiente para aguentar o aumento que houve no consumo por causa do alto preço da gasolina. Maio e junho são os meses mais fortes de colheita, portanto deve ter uma produção maior e esperamos que o preço abaixe por causa disso”, explicou Gouveia. 

Reflexos no transporte público

O aumento do custo do combustível também tem impacto no transporte público. Nesta semana, três cidades da região metropolitana anunciaram aumento da tarifa dos ônibus.

A partir de quinta-feira (21), o passageiro vai passar a pagar 5 reais na tarifa em Osasco, Carapicuíba e Itapevi.

Os municípios aguardavam decisão da Câmara dos Deputados a respeito de um projeto que passa para o governo federal o custeio da gratuidade dos idosos, o que reduziria o impacto do custo dos transportes, em especial por causa da alta do diesel, nos cofres das prefeituras.

Ainda não há data para a discussão definitiva do assunto em Brasília.

Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já declarou publicamente que pretende segurar a tarifa dos ônibus até o final do ano, caso não haja subsídio federal.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.