Ao STF, Torres nega apoio a atos criminosos e afirma que não questionou eleições

Investigado por omissão e conivência com atos golpistas, Torres disse que não participa do que chamou de “guerra ideológica” no país

Da redação

Ao STF, Torres nega apoio a atos criminosos e afirma que não questionou eleições
Anderson Torres nega envolvimento com atos golpistas de 8 de janeiro
Valter Campanato/Agência Brasil

Registros da audiência de custódia de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, destacam falas em que nega ter contribuído para os ataques de 8 de janeiro, em Brasília, quando prédios da Praça dos Três Poderes foram invadidos e depredados

Torres disse que não participa do que chamou de “guerra ideológica” no país. Investigado por omissão e conivência com os atos golpistas, ele pontuou que, por ser delegado da Polícia Federal, jamais concordaria com os crimes. 

“Pelo amor de Deus! Eu sou Delegado de Polícia Federal, eu sou um cara sério, eu jamais concordaria com esse tipo de coisa”, disse o ex-secretário no dia 14 de janeiro, quando foi ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em audiência de custódia. A Band teve acesso ao documento nesta segunda-feira (23).

“Jamais questionei”

Sobre o resultado das eleições que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Torres disse que nunca o questionou, tanto que, segundo ele, foi o primeiro ministro do então presidente Bolsonaro a entregar os documentos pertinentes para a transição de governo. 

“Eu jamais questionei resultado de Eleição. Não tem uma manifestação minha nesse sentido. Eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios [de transição]”, prosseguiu Torres. 

“Crime horrendo”

No depoimento, Torres insistiu em dizer que não tem nada a ver com os fatos do processo. Segundo ele, a notícia que interrompeu as férias nos Estados Unidos, onde estava quando os ataques aconteciam em Brasília, foi um “tiro de canhão”. 

“Quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos. Isso foi um tiro de canhão no meu peito. Eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família. Isso foi um tiro de canhão no meu peito. No segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso”, disse Torres. 

Depoimento adiado

Torres deveria depor, hoje, à Polícia Federal (PF). A pedido da defesa, a coleta da versão do ex-secretário foi adiada para o dia 2 de fevereiro. Preso, na primeiro tentativa, ele ficou em silêncio.

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