A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nesta sexta-feira uma nota técnica na qual recomenda medidas de restrição para viajantes que cheguem ao Brasil oriundos de seis países africanos: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Conforme a nota técnica 203/2021, a agência “recomenda medidas restritivas de caráter temporário em relação aos voos e viajantes” vindos dos seis países, em decorrência de uma nova variante do Sars-CoV-2 identificada com B.1.1.529.
A nova variante foi originalmente registrada na África do Sul e preocupa pesquisadores por sua grande quantidade de mutações – pelo menos 30. O país em questão tem baixa taxa de vacinação: apenas 14,1 milhões de pessoas foram totalmente vacinadas, de uma população de 59,3 milhões de habitantes.
Compete à Anvisa emitir manifestação técnica quanto às decisões interministeriais, sobre eventuais restrições para ingresso no território brasileiro. No entanto, a efetivação das medidas depende de decisão conjunta dos ministérios da Casa Civil, da Saúde, da Infraestrutura e da Justiça e Segurança Pública.
A recomendação com as medidas restritivas, que são de caráter temporário, já foi enviada para a Casa Civil.
“A Anvisa alerta que as medidas aqui sugeridas possuem caráter temporário, devendo ser revistas conforme a evolução do cenário epidemiológico mundial, podendo também ser estendidas a outros países nos quais forem detectadas a circulação de novas variantes do vírus SARS-CoV-2”, diz a nota. “É importante destacar que a avaliação do impacto para o setor aéreo, bem como a modulação dos prazos para implementação das medidas recomendadas nesta Nota Técnica, devem ser realizadas pelo Comitê de Ministros.”
Na Europa
A União Europeia deve suspender voos de países do sul da África, assim como Japão, Cingapura e Israel. Especialistas acreditam na possibilidade de a variante já estar em outros países, inclusive na Europa.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) defende a celeridade da vacinação no continente africano. Por enquanto, a comunidade científica está com o sinal de alerta ligado.
No Reino Unido, viajantes que chegam dos mesmos seis países citados na nota da Anvisa precisam fazer quarentena em hotéis, além de dois exames RT-PCR.