Anvisa aprova medicamento preventivo contra a covid-19 para uso emergencial

Fármaco é recomendado para quem nunca teve contato com o coronavírus e que não possa se vacinar

Da redação com Agência Brasil

Medicamento da AstraZeneca promete combater variante ômicron Divulgação AstraZeneca
Medicamento da AstraZeneca promete combater variante ômicron
Divulgação AstraZeneca

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quinta-feira, 24, o uso emergencial de um novo medicamento que promete aumentar a resistência contra a covid-19. O fármaco é recomendado para pessoas não infectadas pelo coronavírus, cujas defesas imunológicas estejam comprometidas por outras doenças ou que não possam ser vacinadas contra a doença.

Já autorizado em outros países, como os Estados Unidos, o medicamento Evusheld (AstraZeneca) pode ser usado por pessoas a partir dos 12 anos de idade ou com pelo menos 40 kg, que não tenham tido contato recente com pessoas com covid-19.

Como funciona

Profilático (preventivo), o produto é composto por dois anticorpos monoclonais IgG1, o cilgavimabe e o tixagevimabe, que serão injetados por via intramuscular, sucessivamente. A princípio, o medicamento será de dose única.

Os dois anticorpos foram produzidos em laboratório e têm a função de imitar a ação de anticorpos naturais do próprio corpo humano. Eles são programados para agirem sobre a proteína do vírus, a fim de impedir a reprodução dele dentro do organismo da pessoa. Isso evita que a que a infecção pelo novo coronavírus se agrave.

“Estamos falando de dois anticorpos monoclonais IgG1 humanos. Ou seja, anticorpos modificados e utilizados de forma a se ligarem à proteína spike do vírus para impedir que o ele se replique, neutralizando-o”, explicou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, o farmacêutico Gustavo Mendes Lima Santos.

Neutraliza a variante ômicron

Santos também afirmou que ensaios científicos demonstraram que, ao menos nos testes in vitro, o cilgavimabe e o tixagevimabe demonstraram ser capazes de neutralizar as diferentes variantes do Sars-Cov-2, incluindo a ômicron.

“Quanto à segurança [de uso], os principais eventos adversos emergentes de tratamento foram dor de cabeça, fadiga e tosse, mas, comparativamente, não houve uma incidência muito grande”, assegurou o gerente. Quanto às adversidades cardíacas, Santos pontuou que os dados foram satisfatórios, mas quem ainda demandam acompanhamento.

Mais estudos clínicos

Para a Anvisa, como de costume, será preciso monitorar por algum tempo eventuais reações que podem resultar do uso do medicamento, principalmente entre adolescentes. E, se necessário, reavaliar sua eficácia frente a variações do vírus que possam surgir no futuro. Além disso, estudos clínicos ainda em andamento devem ser concluídos a fim de esclarecer “incertezas” restantes. 

“Temos, hoje, um adequado arsenal de vacinas com inovações tecnológicas na estratégia da profilaxia da covid-19. No entanto, nenhum outro produto está disponível no país com esta finalidade preventiva, ficando desassistidas aquelas pessoas que não desenvolvem uma resposta imunológica adequada às vacinas ou que possuem alguma contraindicação à imunização por serem intolerantes a algum componente da vacina”, destacou a diretora-presidente substituta da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas, ao votar a favor da autorização do uso do Evusheld.

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