A pandemia da Covid-19 levou muitos profissionais para o home office. A mudança repentina na rotina familiar é um elemento perigoso para o desenvolvimento de um transtorno de comportamento em animais domésticos: a ansiedade por separação. As informações são da Fernanda Scholze, da BandNews FM.
A veterinária psiquiátrica, Fran Paese Cherobim, explica que os pets que não lidam bem com o fato de estarem sozinhos em casa podem sofrer estresse e ter problemas sérios de saúde, além de ter comportamentos indesejados.
“Falando sobre a sensação dos cães que tem ansiedade por separação é uma sensação de angustia muito grande e de que o tutor saiu e não vai voltar mais e que estão desamparados. Em consequência ele começa a vocalizar com latidos excessivos, choro alto e há relatos de cães que arranham a porta, tentam abrir a fechadura, e muitos chegam a se machucar”, contou Fran.
Apesar de terem um temperamento mais independente, os gatos também podem sofrer com as alterações de rotina e ter comportamentos compulsivos e destrutivos, segundo ela. Os sinais mais comuns são: mudanças no apetite, arranhar móveis, miados em excesso, lambeduras e agressividade.
O educador de pets, Pedro Luiz Fontoura, conta que os tutores devem ter alguns cuidados para não piorar o transtorno e que o trabalho dele consiste em ensinar os clientes a se comunicarem com os pets e a conduzirem os treinamentos.
“Alguns cuidados e treinamentos são importantes como, por exemplo, evitar despedidas, evitar festas na chegada, esperar o cachorro se acalmar bem até que então ele tenha atenção. Também dessensibilizar gatilhos associados a saídas, por exemplo, chave de carro, bolsa, tênis, sapato, máscara, são gatilhos que quando acionados o cachorro entra em um estado ansioso”, explicou Fontoura.
Antes da pandemia, a auditora Elize Dubliela trabalhava muitas horas fora de casa e viajava com frequência, por isso, a cadela poodle, chamada de Mel, de 9 anos, ficava muito mais na casa dos pais dela. Mel desenvolveu ansiedade por separação, mas foi durante o home office que Elize percebeu que o problema era grave. Os latidos excessivos fizeram com que ela procurasse ajuda de educadores.
“Com o início da pandemia e home office a ansiedade da Mel aumentou bastante. Nos breves períodos que eu saia de casa ele latia mais e chorava mais. Por isso eu busquei ajuda para desestressar ela”, disse Elize. O adestramento positivo também ajuda em casos de ansiedade dos pets, pois brigar só piora a situação.