Surgem mais detalhes e novas denúncias contra o médico facínora que estuprava mulheres na sala de parto. Após a prisão de Giovanni Quintella Bezerra, outras vítimas do anestesista procuraram a polícia. Uma delas estava grávida de gêmeos e perdeu um dos bebês no parto. Quintella é investigado por cinco possíveis estupros.
Ele teve a prisão preventiva decretada depois de ser filmado enquanto estuprava uma grávida durante um parto no domingo no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense, e será transferido para o presídio Bangu 8.
A polícia também vai investigar se alguma das mulheres teve complicações por causa da alta dosagem de anestesia.
Thamires da Silva Ribeiro ainda sente o trauma desse dia. Grávida de gêmeos, um dos bebês morreu um dia após o parto. “Eu não consegui ver o parto do meu segundo bebê por ter sido dopada, não consegui segurar meu filho pela sedação dele”, afirmou. "Depois perceberam que tinha coisa branca no meu rosto, umas casquinhas. A gente nem imaginava que era uma coisa dessa né."
Naiane Guedes é outra vítimas do estuprador. “Eu fiquei muito dopada, já é minha terceira cesárea e a sedação foi diferente", disse. "O tempo todo ele ficava falando baixinho no meu ouvido e isso me incomodou bastante."
Os novos casos que vieram à tona reforçam a hipótese da polícia de que o estupro registrado em flagrante não foi o único cometido por Giovanni. Agora, a investigação vai levantar os prontuários para saber de quantas cirurgias ele participou e se fez ainda mais vítimas.
Para estuprar as mulheres, o anestesista exagerava na quantidade de sedativos e agia mesmo com a sala cheia de profissionais de saúde. As suspeitas da equipe começaram há cerca de um mês. As funcionárias que prestaram depoimento afirmaram que o médico deixava as gestantes inconscientes e criava barreiras pra impedir que pudessem vê-lo.