Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, ficou em silêncio no depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (18), sobre suposta omissão no enfrentamento aos atos golpistas, em Brasília, em 8 de janeiro. Ele também está preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Advocacia Geral da União (AGU).
Segundo a AGU, órgão do governo federal que fez a denúncia, o então secretário de Segurança do DF foi omisso e conivente com os atos golpistas.
O então secretário teria sido avisado dos atos com dois dias de antecedência pela área de inteligência da Segurança do DF. No dia do ataque, Torres estava nos Estados Unidos.
Além da suposta omissão, Torres também terá que explicar a minuta achada na casa dele pela Polícia Federal, documento que, de forma inconstitucional, permitiria ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) mudar o resultado das eleições. Na prática, o chefe de Estado decretaria estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e implantaria uma “comissão eleitoral” formada, majoritariamente, por militares.
O ex-secretário usou as redes sociais, antes da prisão enquanto desembarcava no Aeroporto Internacional de Brasília, para negar omissão e conivência com o movimento extremista. Sobre a minuta, ele negou golpismo, mas não revelou quem o entregou.