Logo nas primeiras horas de terça-feira (3), o movimento no entorno do Estádio Urbano Caldeira, conhecida como Vila Belmiro, não parava. Além dos fãs, torcedores e a imprensa mundial, vendedores de bebidas e comida estão ao redor das grades que organizavam a fila para o velório desde 13h de segunda-feira (3).
Eliana Lima e Luiz Gustavo Lima, donos de um carrinho de pipoca e batata frita, contam que chegaram 13h de segunda-feira (3) e só puderam dar uma pausa no trabalho pela manhã. “Viramos a noite aqui, a fila foi quilométrica até às 5h, o ponto alto de vendas foi meia-noite até quatro da manhã. A fila era de mais de dois quilômetros e meio”, explica Luiz Gustavo.
Eliana aproveitou a madrugada para ir até o velório de Pelé. “Eu consegui parar e pegar pouca fila, mas foi algo normal, a gente esperava, mas foi emocionante”, diz. Para Luiz, o momento foi único, apesar da tristeza. “O Pelé é um ídolo, Rei do futebol, vai ficar aí para todo o sempre”, comenta.
‘Chamei meus filhos para me ajudar’
Ana Lúcia Pereira, há mais 26 anos dona de uma pousada onde jogadores iniciantes do Santos ficam no começo da carreira e de uma barraca de lanches em dias de partidas do Santos, aproveitou o velório para vender sanduíches de pernil e linguiça na esquina da rua do estádio com o Canal 2.
“Eu tive de chamar os meus filhos para me ajudar. Na segunda vendi mais, estamos aqui desde cinco e meia da manhã, porque prometi fazer um café aos funcionários do Santos”, diz.
A empresária disse que teve de parar as vendas durante a madrugada pela falta de produto. “Acabou o pernil, então tive que fechar e fiz durante a madrugada mais, mas consegui reabrir cinco e estou aqui até agora”, explica.
Ela torce para o Santos desde que chegou na cidade, vinda da Bahia. Ela, fã de Pelé, não sentiu coragem de ir ao velório. “Eu quero lembrar dele vivo, bem, muito bem. É triste né? A notícia foi arrasadora, bem no fim do ano né? Uma notícia tão triste dessa”, lamenta.