O superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, disse que Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado, confirmou na noite de ontem (15) que teria participado da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
Em coletiva de imprensa, Eduardo disse que Amarildo concordou em dar detalhes do seu plano e indicou o local que havia enterrado os corpos. O suspeito também se comprometeu a ir no local para ajudar nas buscas.
"O que nós temos a dizer agora é que a nossa investigação chega em uma outra etapa, porque ontem a noite nos conseguimos que o primeiro preso nesse caso, conhecido como pelado, o Amarildo da Costa Oliveira, ele voluntariamente resolveu confessar a pratica criminosa. Nós realizamos uma reconstituição do crime e depois nós fomos até o local onde ele anunciou que havia enterrado os corpos e depois indica onde havia escondido a embarcação. Ele afundou a embarcação como as investigações estavam nos mostrando".
A polícia também investiga as hipóteses para a motivação do crime, que pode estar ligada á prática de pesca ilegal de pirarucu na região. Ainda não estão descartada a participação de uma terceira pessoa na morte de Dom e Bruno. Novas prisões podem ser feitas a qualquer momento.
Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, e Amarildo dos Santos, o “Pelado”, foram flagrados pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira fazendo pesca ilegal de pirarucu. Acabaram sendo rendidos pela dupla, assassinados e tiveram os corpos esquartejados e incendiados, segundo a Polícia Federal.
A Polícia Federal investiga que a pesca ilegal dos irmãos era feita para abastecer o tráfico de drogas na região, segundo apuração de Valteno de Oliveira e Yan Boechat, da BandNews.
A região do Vale do Javari, no Amazonas, serve de rota para o tráfico de drogas vindo do Peru, que faz fronteira com o Brasil.
Nesta quarta-feira (15), Oseney da Costa Oliveira disse que ele e Amarildo dos Santos mataram Dom Philips e Bruno Pereira no dia 5 após serem flagrados pescando ilegalmente. Os corpos teriam sido decepados e queimados na terra indígena do Vale do Javari, na Amazônia.
Desaparecimento
Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho, quando se preparavam para visitar uma comunidade indígena na região Vale do Javari, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
Bruno era indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips era veterano de cobertura internacional e morava no Brasil há mais de 15 anos.
O governo federal mobilizou a Marinha, Exército e Força Nacional, enquanto o Amazonas mobilizou as forças de segurança locais em busca do jornalista e do servidor.