Amamentação deve ser incentivada mesmo em tempo de pandemia

Não há estudo científico que prove que a covid-19 seja transmitida pelo leite

Por Nicola Ferreira, da Agência Einstein

Amamentação continua sendo segura Reprodução/Jornal da Band
Amamentação continua sendo segura
Reprodução/Jornal da Band

Em 2017, agosto tornou-se o mês do Aleitamento Materno. Também conhecido como “Agosto Dourado”, a data foi instituída no Brasil para ampliar o período de sete dias dedicado à promoção e intensificação de ações para conscientização sobre a importância da amamentação. Desde 2020, quando o distanciamento social virou prática importante na prevenção contra o coronavírus, o incentivo ao ato ganhou um novo apelo: informação.

Mais de dois anos depois do primeiro caso de Covid-19 no mundo, ainda não há estudo científico que prove que a doença seja transmitida pelo leite. “A amamentação não deve parar, nem em casos de mães infectadas”, aconselha a SBP.

Isso porque a amamentação diminui o risco de doenças crônicas, infecções e alergias nos pequenos. “O leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido. Ele vem com todos os nutrientes e na quantidade necessária. Ajuda na transmissão de anticorpos da mãe para o bebê que melhoram a imunidade e previne infecções. Além disso, crianças que mamam tendem a ter menos risco de obesidade”, afirma Romy Schmidt, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Nas mulheres, a amamentação reduz o risco de câncer de mama, ovários e endométrio e oferece benefícios nutricionais. Especialmente quando ocorre na primeira hora de vida do bebê, ela permite a liberação de hormônios que previnem a hemorragia pós-parto. Além da prevenção do sangramento, essa descarga hormonal auxilia no retorno do útero ao seu tamanho normal. 

Os benefícios do leite materno não param por aí. A campanha da SBP lembra que amamentar é um ato de cuidado com o planeta: “não gera resíduos, nem demanda preparo. Evita desperdícios e não requer logística, reduzindo a pressão por áreas de pastagens e a emissão de gases tóxicos”.

As dificuldades na amamentação 

Ter dificuldades para amamentar não é incomum. As razões são variadas, mas na maioria das vezes têm solução. “Pode estar relacionado ao uso de alguma medicação, à redução das mamas, ansiedade ou quadro de depressão pós-parto”, relata Romy. Com a evolução da cirurgia plástica, as cirurgias de redução ou retirada da mama estão afetando menos o tecido mamário, responsável pela produção do leite. Para o último caso, a rede de apoio familiar é fundamental. A partir de pequenas ações, pode ser desenvolvida uma relação com o bebê e consequentemente é feita a amamentação. 

Principais orientações para uma amamentação tranquila:

Amamente em lugares confortáveis e arejados

Quanto mais tranquilo o espaço, mais calma vai ser a experiência para os dois. Caso seja possível, o recomendado é que o aleitamento seja feito em uma cadeira aconchegante que evite prejudicar as costas da mãe 

Amamentação exclusiva até os seis meses e com outros alimentos dois anos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mais recomendado é que o aleitamento seja feito exclusivamente até os seis meses. Após esse período, de acordo com orientações do pediatra, pode ser introduzido novos alimentos que sejam consumidos até os dois anos junto do leite materno. 

No começo, tente amamentar de três em três horas

Isso fará com que o bebê tenha uma rotina.

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