Alemanha facilita vistos para atrair trabalhadores de fora da União Europeia

Estrangeiros que se enquadrarem nos pré-requisitos poderão permanecer no país por um ano enquanto buscam vagas no mercado de trabalho

Por Deutsche Welle

Alemanha facilita vistos para atrair trabalhadores de fora da União Europeia
Reprodução

Um novo sistema de vistos de trabalho que visa atrair trabalhadores qualificados de países terceiros, ou seja, de fora da União Europeia (UE), entrou em vigor neste sábado (01/06) na Alemanha .

Estrangeiros que preencherem os pré-requisitos do novo sistema terão o direito de viver no país pelo período máximo de um ano enquanto procuram oportunidades de trabalho. Essas pessoas poderão requerer os chamados Chancenkarte ("cartões de oportunidade") concedidos pelo governo alemão a trabalhadores estrangeiros com no mínimo dois anos de treinamento vocacional ou diploma universitário reconhecido no país onde a certificação foi emitida.

A concessão dos Chancenkarte dependerá de fatores como o nível de conhecimento dos idiomas alemão ou inglês, assim como a experiência profissional, idade e possíveis laços pessoais com a Alemanha. Também pesará em favor dos candidatos o fato de possuírem qualificações que estejam mais em falta no mercado de trabalho alemão.

Os trabalhadores não precisaram mais apresentar um contrato com uma empresa alemã para estarem aptos a entrarem no país, ou apresentar uma qualificação que seja reconhecida pelas autoridades alemãs. O objetivo é reduzir a burocracia e diminuir os procedimentos internos.

"Estamos assegurando que trabalhadores e mão de obra qualificada, dos quais nossa economia urgentemente precisa há anos, possam vir ao nosso país", afirmou neste sábado a ministra alemã do Interior, Nancy Faeser.

Pacote de incentivos

O novo esquema é parte de um extenso pacote de novas regulamentações voltadas para lidar com a grave falta de mão de obra qualificada na Alemanha – a Lei para o Desenvolvimento da Imigração Qualificada, aprovada em julho de 2023, que tem como objetivo reduzir os obstáculos à imigração de trabalhadores qualificados oriundos de países não pertencentes à UE.

A primeira etapa da estratégia do governo teve início em novembro do ano passado, com a introdução do Cartão Azul UE, que estimula a migração de acadêmicos e especialistas naturais, sem necessidade de provar competências linguísticas ou de se verificar previamente se há alemães ou cidadãos dos países do bloco europeu disponíveis no mercado alemão para essas vagas.

A partir deste sábado, foram ampliadas as oportunidades de trabalho para cidadãos de países da região do oeste dos Bálcãs, que também valem para trabalhadores não especializados. Nesse caso, porém, ainda será necessário apresentar um contrato de trabalho com uma empresa alemã como pré-requisito para a entrada no país.

Preencher 7 milhões de vagas até 2035

Segundo o ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, sete milhões de trabalhadores qualificados terão de ser substituídos até 2035 devido ao envelhecimento populacional. Ele destaca que a escassez de mão de obra qualificada é particularmente grave no setor de gastronomia, por exemplo. Especialistas de TI também estão em falta em mutas empresas, assim como nas autarquias governamentais.

O ministro da Economia, Robert Habeck, acredita que cada vez mais empregos e vagas em programas de treinamento deverão ser abertas. Segundo afirmou, a capacidade da Alemanha de suprir essa demanda irá determinar, no longo prazo, o quanto o país deverá crescer e se a prosperidade poderá ser mantida ou ampliada.

Atualmente, em torno de um quarto de todas as pessoas empregadas na Alemanha possuem origem migratória, sendo que uma proporção acima da média desses trabalhadores está em setores como os de limpeza e gastronomia.

rc (DPA, EPD)

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