Além de Eduardo Bolsonaro, outros 8 deputados serão investigados na Câmara

Entre os motivos, tem deputado acusado de fazer apologia a regimes totalitários soviéticos, enquanto outro invadiu escola, e um chamou senador de “vampirão”

Da redação com Agência Câmara de Notícias

Deputados governistas e de oposição são alvos de processo na Câmara Federal Reprodução
Deputados governistas e de oposição são alvos de processo na Câmara Federal
Reprodução

Governistas e oposição serão investigados pelos comportamentos deles no Conselho de Ética e Decoro da Câmara Federal. Além do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), como noticiado pela Band nesta quarta-feira (04), outros oito parlamentares foram incluídos em processos disciplinares internos. 

Os motivos são vários: apologia a regimes totalitários soviéticos e ao nazismo, invasão à escola pública, desrespeito a um senador que foi chamado de “vampirão”, incentivo a vandalismo de monumentos históricos, entre outros.

Na reunião de hoje do Conselho de Ética, foram sorteadas as listas de deputados que poderão ser designados como relatores dos processos. Eles não podem pertencer ao mesmo partido ou estado dos representados ou à legenda que abriu o processo. 

Os nove deputados a serem investigados são: Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Talíria Petrone (Psol-RJ), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Heitor Freire (União-CE), Bia Kicis (PL-DF) e Kim Kataguiri (União-SP).

Veja o motivo de cada representação:

  • Eduardo Bolsonaro foi acusado pelo PT de desrespeitar o senador Humberto Costa (PT-PE), além de ser denunciado pelo PCdoB, PT, Psol e Rede por debochar da jornalista Miriam Leitão;
  • Carlos Jordy e Carla Zambelli também foram acusados pelo PT de desrespeitarem o senador Humberto Costa via de rede social;
  • Jandira Feghali foi acusada pelo PTB de fazer apologia, em redes sociais, a regimes totalitários soviéticos;
  • Talíria Petrone foi acusada pelo PTB de incentivar vandalismo de monumentos históricos;
  • Josimar Maranhãozinho foi acusado pela Rede de participar de desvio de verbas de emendas parlamentares;
  • Heitor Freire foi acusado pelo PT de invadir uma escola pública do Distrito Federal para constranger alunos, professores e funcionários;
  • Bia Kicis foi acusada pelo PT de divulgar dados pessoais de médicos que participaram de debate sobre a vacinação contra a covid-19 no Ministério da Saúde;
  • Kim Kataguiri foi acusado pelo PP e pelo PT de apologia ao nazismo.

Sobrecarga

Na avaliação do deputado Márcio Labre (PL-RJ), integrante do Conselho de Ética, as representações apresentadas não tratam de quebra de decoro, de fato, e apenas sobrecarregam o colegiado.

“O PL já está com uma iniciativa de pacificar e desobstruir os trabalhos do Conselho de Ética, que é retirar a questão envolvendo os debates em rede social da interpretação como quebra de decoro”, defendeu Labre.

“Vampirão”

Carla Zambelli, por sua vez, defendeu-se por ter chamado Humberto Costa de “vampirão”. Segundo ela, o senador e ex-ministro da Saúde constava como “Drácula” na “lista do departamento de propinas da Odebrecht”.

“Todos chamaram o Humberto Costa de ‘drácula’ ou ‘vampirão’. Aí ele quer cassar o meu mandato porque estou usando uma expressão que o povo usa. Com isso, ele só faz lembrar que certa vez foi chamado de ‘vampirão’ e de ‘drácula’”, afirmou a parlamentar.

Invasão à escola

Já o deputado Heitor Freire (União-CE) relatou ter se dirigido a uma escola no DF para conferir denúncia de que uma mostra relativa à consciência negra retratava policiais com símbolos nazistas.

“Eu estava cumprindo o que o povo do meu estado me confiou, que era fiscalizar. O PT quer cassar meu mandato por cumprir o meu papel constitucional”, criticou Freire.

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