‘Além da moralidade’, diz papa Francisco sobre ataques de Israel no Líbano

Líder da Igreja Católica destacou que ‘também na guerra há uma moralidade a presentar’

da redação

O papa Francisco criticou, neste domingo (29), a escalada da violência no Oriente Médio ao ser questionado sobre os ataques israelenses que mataram o líder do grupo Hezbollah, Hassan Nasrallah. Segundo o líder da Igreja Católica, os ataques vão “além da moralidade”. 

“A defesa sempre deve ser proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, se vê uma tendência dominadora que vai além da moralidade”, disse papa Francisco em voo de Bruxelas para Roma. 

O líder da Igreja Católica destacou que “também na guerra há uma moralidade a presentar”. “A guerra é imoral, mas as regras de guerra implicam alguma moralidade. Mas quando isso não é feito, se vê o ‘sangue ruim’, como nós dizemos na Argentina”, apontou.

Como foi o ataque

Militares israelenses afirmaram ter feito um ataque aéreo enquanto a direção do grupo extremista se reunia no quartel-general em Dahiyeh, uma área densamente povoada ao sul de Beirute. Além de Nasrallah, outros comandantes foram mortos, segundo o relato.

Jatos israelenses bombardearam o sul e os arredores de Beirute durante toda a noite, depois que Israel disse ter matado Nasrallah. Dezenas de edifícios em Beirute foram completamente destruídos.

O recente agravamento no conflito entre Israel e o Hezbollah teve início há menos de duas semanas, na esteira do confronto entre Israel e o Hamas na Faiza de Gaza. Entre os ataques sofridos pelo Líbano, houve exlosões de pagers e walkie-talkies, que mataram mais de 40 pessoas – na maioria combatentes do grupo radical, mas também mulheres e crianças.

Quem era Hassan Nasrallah

Hassan Nasrallah, um religioso de 64 anos, é objeto de um verdadeiro culto de personalidade no Líbano, onde era considerado um dos homens mais poderosos. Durante anos, viveu escondido e raramente apareceu em público.

Desde 1992, ele comandava o grupo extremista, fundado pelas Guardas Revolucionárias do Irã em 1982 para lutar contra Israel e suas ocupações no Líbano. Nasrallah foi responsável por levar o grupo para a vida política no país e ampliar sua influência no Oriente Médio.
 

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