O adolescente de 16 anos que invadiu e matou quatro pessoas em duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo, atirou aleatoriamente e não tinha um alvo específico, segundo informou a Polícia Civil nesta segunda-feira (28). Até o momento, a investigação já apurou que o menor é um “simpatizante de ideias nazistas”, mas a corporação ainda apura se ele tinha alguma ligação com grupos extremistas.
O caso aconteceu na manhã da última sexta-feira (25). Primeiro o menor invadiu a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), que também fica em Praia de Coqueiral.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostrou o momento em que o atirador entrou em uma das unidades de ensino e os momentos de terror vividos por funcionários e alunos tentando fugir do massacre.
Conforme o delegado André Jaretta, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o adolescente disse que planejava o ataque desde 2020. O garoto ressaltou que agiu sozinho, mas a investigação ainda não descarta a participação de outras pessoas.
“A partir de 2020 ele começa a ele se preparar, a se planejar melhor como executaria essas ações, começa a tornar isso mais próximo do plano real. Aparentemente ele não fala isso com terceiros, guardou isso para si e foi alimentando esse sentimento de ódio”, explicou Jaretta.
Ainda segundo o delegado, o menor disse que se aproveitou de um momento em que os pais não estavam em casa para cometer os ataques. Em seguida, ele voltou para casa e almoçou com eles normalmente, como se nada tivesse acontecido. No entanto, foi apreendido logo depois.
Os genitores foram ouvidos e disseram que o filho tem transtornos psicológicos. “Os pais deixaram claro que ele fazia acompanhamento com psicóloga e psiquiatra, tomava medicação, mas não se abria muito”, disse o investigador.
O pai do adolescente também disse que o filho foi vítima de bullying há cerca de dois anos e que, depois disso, houve uma “transformação” de comportamento. Ele é policial militar e dono das armas usadas pelo menor no ataque.
Vítimas
O menor invadiu primeiro a Escola Estadual Primo Bitti e, em seguida, uma escola particular que também fica em Praia de Coqueiral.
Ele matou as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos; Cybelle Passos Bezerra, de 45; Flavia Amoss Merçon Leonardo, de 38; e a estudante Selena Zagrillo, 12 anos. Além disso, mais 13 pessoas ficaram feridas.
O menor segue apreendido e vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas. Isso porque os últimos três feridos se machucaram na correria e não foram baleados.