O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) informou que o presidente do órgão, Clovis Bersot Munhoz, decidiu se afastar do cargo. O anúncio acontece após a divulgação do relato de uma técnica de enfermagem de 26 anos que acusa o médico, de 72 anos, de fazer comentários de cunho sexual no centro cirúrgico do hospital Glória d’Or.
Munhoz é cirurgião ortopédico e foi indiciado pela 9ª delegacia policial, no bairro do Catete, pelo crime de assédio sexual.
"Prezando pela lisura e pelo comprometimento com a transparência, o Cremerj informa que o conselheiro Clovis Bersot Munhoz, que atualmente ocupa o cargo de presidente do conselho, decidiu, junto à diretoria, se afastar. Isso porque será aberta uma sindicância em seu nome para apurar a denúncia sobre assédio sexual veiculada na imprensa”, destacou o conselho em nota.
O comunicado diz ainda que o processo será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que vai designar o caso a outra regional, com o objetivo de garantir isenção e imparcialidade. "O conselho reafirma seu repúdio por qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática antiética e criminosa."
Sobre o caso
O caso teria ocorrido em 2021, na sala de cirurgia do hospital particular Glória d’Or, na Zona Sul da capital fluminense.
Em depoimento, a vítima contou que Clovis Bersot Munhoz disse que era "muito quente" e que ela precisava ter mais relações sexuais por ter se casado muito cedo. Ela também informou que chegou a pedir demissão para evitar contato com o médico.
Moradora de Caxias, a jovem registrou a ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher do município. A delegada Fernanda Fernandes optou por transferir o caso para a 9ª DP, no bairro Catete, próximo ao local onde o fato teria ocorrido, por não se tratar de violência doméstica.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público estadual, que pediu mais informações e diligências à corporação.