O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias, disse neste domingo (23) que o governo federal pretende fechar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia neste ano.
Em entrevista em Lisboa, onde acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agenda oficial na Europa, Márcio Elias afirmou que a intenção do Brasil é fechar o acordo ainda no primeiro semestre.
"A expectativa é de que o acordo feche este ano, o mais rápido possível. Se possível, fecharíamos neste semestre, como é o nosso desejo", disse o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Segundo o secretário, o governo brasileiro continua em contato com autoridades europeias para destravar as exigências que devem ser cumpridas pelo país e os demais integrantes do bloco.
Elias afirmou ainda que os entraves estão relacionados com exigências ambientais e da legislação trabalhista, que já são cumpridos pelo Brasil, mas precisam do aval de outros países para contar nas cláusulas do acordo comercial.
"Estamos muito perto, mas para isso é preciso pensar globalmente. Temos várias questões que precisam ser tratadas. Nenhuma delas é intransponível. Por isso, o presidente Lula tem dito que nós vamos fechar o acordo", completou.
Posicionamento de Lula
O presidente Lula voltou a defender o acordo entre a União Europeia e o Mercosul durante discurso na XIII Cimeira Luso-brasileira, que aconteceu neste sábado (22). O petista realiza a primeira viagem oficial à Europa do seu terceiro mandato.
“Se depender de mim, a gente vai fazer o acordo entre União Europeia e Mercosul. Faltam pequenos ajustes e nós temos condições de fazer”, afirmou Lula ao lado do primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa.
Na declaração do presidente, ele também pediu uma “discussão mais séria” entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
"Se depender de mim, a gente vai rearticular a unidade da América do Sul, porque a gente quer provar que juntos nós somos um grande bloco econômico e juntos temos muito mais chances de negociar, sabe, em igualdade de condições com a União Europeia", declarou.