Abin tentou associar Gilmar Mendes e Moraes ao PCC, diz PF

Deputado federal Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, foi alvo da operação “Vigilância Aproximada” nesta quinta-feira (25)

Da Redação

Abin
José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal identificou uma tentativa da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de associar os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao PCC durante o comando do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). 

O parlamentar foi alvo da operação “Vigilância Aproximada”, para investigar uma “organização criminosa que se instalou na Abin”, com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. 

A atuação do núcleo-evento portaria 157 caracteriza outra evidência de instrumentalização da Abin, pois identificou anotações cujo conteúdo remete à tentativa de associação de Deputados Federais –, bem como ministros do Supremo Tribunal Federal, à organização criminosa conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital), conforme se verifica nas provas produzidas”, diz trecho do documento que o Grupo Bandeirantes teve acesso. 

“O arquivo ‘Prévia Nini.docx’ mostra a distorção, para fins políticos, da providência, indicando a pretensão última de relacionar a advogada Nicole Fabre e os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital”, pontua o documento. 

Monitoramento de políticos 

A Polícia Federal indicou na operação que tem como alvo Alexandre Ramagen, ex-chefe da Abin, que então adversários do governo de Jair Bolsonaro eram monitorados a mando de Ramagen. Segundo documento liberado pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (25), os investigados utilizaram o software espião First Mile para monitorar os políticos. 

O monitoramento acompanhava o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, da então deputada federal Joice Hasselmann, do ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia e do advogado Roberto Bertholdo. 

Operação Vigilância Aproximada

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25), a Operação Vigilância Aproximada para investigar uma “organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin)” com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. 

Um dos alvos da operação é o deputado federal Alexandre Ramagem. A PF foi inclusive foi ao gabinete e ao apartamento funcional do deputado.

A PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

Ramagem é ex-diretor da Abin e atual deputado federal. Ele comandou a agência no governo Jair Bolsonaro,

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