Em novembro de 2024, os americanos irão às urnas definir quem comandará o país da Casa Branca. O cenário ainda está se desenhando, mas a corrida eleitoral já começou.
Do lado Democrata, Joe Biden será candidato à reeleição. O atual Presidente tem cerca de 40% no índice de aprovação pública.
A administração de Biden não é bem avaliada em questões sobre a economia. Segundo o mestre em gestão política da George Washington University, Maurício Moura, esse é um dos principais pontos que devem ser abordados durante o pleito americano.
“O Biden tem 3 frentes bastante complexas. Sendo 2 frentes internas e a frente externa. Um dos problemas da administração Biden é que os Americanos conviveram nesses últimos 3 anos com a inflação bastante acima da média. Muitos economistas dizem que os fatores que levaram a essa inflação não passam diretamente pela administração, por exemplo, é a guerra da Ucrânia, que aumentou o preço do petróleo. Mas o fato é que as pessoas aqui nos Estados Unidos convivem com uma inflação bastante acima da média nesses últimos anos. E aqui, diferente do Brasil, os americanos não sabem conviver com inflação. Então, obviamente, que a inflação é um é um cabo eleitoral negativo de qualquer candidato à reeleição”, disse.
Já o lado Republicano da disputa ainda segue se ajustando para as eleições. O ex-presidente Donald Trump segue sendo o grande nome Republicano, mas para estar de fato na disputa, Trump terá que vencer as primárias do partido.
Se por lado Trump mobiliza os Republicanos, ele consegue a antipatia na mesma proporção. Maurício Moura afirma que a estratégia que deve ser adotada pelos outros pré-candidados é concentrar em uma única figura o foco para disputar as primárias com Trump.
“Existe um movimento tanto dos doadores do partido Republicano, quanto do establishment político, que acham que depois da primária de New Hampshire, de todos saírem e ficar somente um candidato contra o Trump. Aconteceu uma coisa similar, não idêntica, com o Biden em 2020. Existe uma forte mobilização para que isso aconteça. Porque existe a sensação de que o Trump possa colocar em risco o projeto de volta ao poder do partido Republicano. Isso porque, ao mesmo tempo que esses indiciamentos são bons para mobilizar a base trumpista, eles são péssimos para a eleição geral”, afirmou o mestre em Gestão Política.
Outro tema que deve voltar a ser discutido nas eleições americanas é a questão das armas. Os Estados Unidos registraram nos últimos meses diversos tiroteios em massa, colocando medo na população.
Mas por outro lado, uma parcela da população não quer abrir mão do direito de possuir armas. Segundo o professor, esse é um tema que divide o país.
“É um tema que divide o país, né? Esse tema de armamento é muito complexo. Os Estados Unidos são o país que mais tem armas no mundo. São 120 armas para cada 100 habitantes. Não existe uma solução nacional, porque o Congresso está paralisado sobre esse tema, inclusive porque tem um lobby muito forte das pessoas que defendem o porte de arma. Mas assim, de boa notícia, tem algumas legislações locais que tem tido resultados positivos”, disse o professor.
Primeiras pesquisas mostram Trump na frente em estados chave
E nas primeiras pesquisas divulgadas a uma ano do pleito, Joe Biden aparece perdendo para Trump por margens de 3 a 10 pontos percentuais em Nevada, Arizona, Geórgia, Michigan, e Pensilvânia.
O democrata está à frente apenas em Wisconsin, por dois pontos percentuais. Cerca de 3.662 eleitores foram entrevistados de 22 de outubro a 3 de novembro. A margem de erro é de 1,8 pontos.