A corrida do ouro: valorização aquece o mercado ilegal

Da Redação com Jornal da Band

Valor do ouro teve um aumento de 40% no mercado brasileiro
Aleksi Räisä/Unsplash

O mundo do crime sempre que pode pega carona no mundo legal – é o que está acontecendo agora com o ouro. Como ele valorizou, cresceu o mercado criminoso da compra e vende do metal, que vem do contrabando e do roubo.

Os assaltos e apreensões aconteceram durante a crise provocada pela pandemia. Considerado o porto seguro dos investidores, o valor do ouro atingiu patamares históricos: teve um aumento de 40% no mercado brasileiro. Um atrativo também para as quadrilhas.

“Você tem um movimento maior de compra e venda de ouro nas grandes cidades. É difícil de mensurar, porque são mercados ilegais, mas quando há essa a alta do metal, o mercado se agita um pouco mais”, explica Écio Morais, diretor do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos à reportagem.

O comércio informal de ouro estimula a receptação do produto roubado. Um negócio que começa nas ruas, como no centro de São Paulo. Por lá, os compradores ficam em pequenas salas alugadas e pagam 200 reais o grama do ouro. A cotação do metal hoje no mercado legal é de 330 reais o grama.

Roubo em no Aeroporto de Guarulhos 

Até hoje não houve a recuperação de um grama sequer dos mais de 700 quilos de ouro levados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em um dos maiores assaltos da história do Brasil, em julho do ano passado.

O comércio ilegal do ouro envolve também o contrabando. Investigações da Polícia Federal apontam que boa parte do metal precioso entra no país pela fronteira com a Venezuela.

Em três anos, uma quadrilha que agia principalmente em Roraima e São Paulo movimentou quase R$ 250 milhões no contrabando de uma tonelada e duzentos quilos de ouro. A inexistência de rastreamento do produto, fiscalização precária e pena leve para o crime de receptação são fatores que colaboram para o mercado criminoso.

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