O Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão responsável por investigar ocorrências aeronáuticas, informou que já acionou profissionais do 5º serviço regional de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, de Canoas, para iniciar as investigações do acidente aéreo ocorrido na manhã deste domingo (22), em Gramado.
Em nota, o Cenipa informou que, em breve, a ocorrência estará disponível para consulta no Painel Sipaer. O órgão destacou ainda que vai se pronunciar sobre o resultado da investigação através do relatório final.
Na tarde deste domingo, o especialista em gerenciamento de risco aeronáutico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gerardo Portella, que já estava em Gramado para as festas de fim de ano, conversou com a BandNews TV e afirmou que, desde o sábado (21), as condições de voo na região já estavam ruins.
“O meu voo, que era comercial, precisou arremeter no Aeroporto Salgado Filho, ontem, em Porto Alegre, devido às condições de mau tempo. O vento estava interferindo nos instrumentos de controle para o pouso”, disse. “Hoje pela manhã, em toda a região, essas condições ruins permaneciam."
Segundo o especialista, as aeronaves de pequeno porte, como a que caiu em Gramado, precisam, obrigatoriamente ter um plano de voo e não podem decolar ou permanecer em voo quando não há condições visuais. “Não é permitido a aeronaves de pequeno porte realizar um voo por instrumentos, por exemplo, além disso, o plano de voo considera as condições climáticas do trajeto”, explica. “Hoje, havia muita neblina e vento."
Para o especialista, as investigações irão apontar o que ocorreu, mas entre as possíveis causas ele cita um plano de voo mal feito, a perda de consciência situacional do piloto ou algum dano na aeronave. “Essa aeronave não poderia, de maneira alguma, estar sobrevoando a cidade. O piloto deveria se afastar da área urbana devido às condições de voo."