Apesar de estar ligado ao governo de São Paulo, 95% dos recursos do Instituto Butantan saem dos cofres da União. As informações são da repórter Maira Di Giaimo, da Rádio Bandeirantes.
O Ministério da Saúde compra soros antiofídicos e vacinas do centro de pesquisas paulista e distribui para todo o país através do SUS.
Só no ano passado, o governo federal pagou quase R$ 2 bilhões ao Butantan, enquanto São Paulo repassou apenas R$ 89 milhões.
O fundador da Anvisa e ex-diretor do conselho do instituto Gonzalo Vecina Neto, ressalta que a função do órgão é atender o povo brasileiro.
Juntos, Butantan e Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, são responsáveis por quase toda a produção de imunizantes no Brasil.
As duas instituições estão desenvolvendo vacinas contra a Covid-19, mas é preciso evitar a competição, ressalta Gonzalo Vecina.
Mesmo com as duas vacinas, o sanitarista acredita que a imunização dos brasileiros só estará completa em 2022.
Ontem foi revelada a causa da morte do voluntário dos testes da Coronavac, que chegou a provocar a suspensão do estudo durante a semana.
O homem de 32 anos sofreu uma "intoxicação por agentes químicos", com drogas e álcool encontrados no sangue.
Os testes já foram retomados; no total, 13 mil voluntários participarão do estudo - ainda falta cadastrar e aplicar as doses em duas mil pessoas.
Nota Instituto Butantan:
O Instituto Butantan esclarece que tem suas despesas correntes custeadas integralmente com recursos do tesouro estadual, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, pasta à qual é vinculado. Não há transferências orçamentárias do governo federal ao instituto.
A Fundação Butantan, entidade de direito privado que atua como braço operacional e administrativo do Instituto Butantan, recebe do Ministério da Saúde pagamentos pela venda de vacinas e soros fornecidos pelo instituto ao SUS (Sistema Único de Saúde).