A recepção ao presidente John F. Kennedy foi uma das maiores festas populares da então Berlim Ocidental. Em torno de 1,5 milhão de pessoas gritavam nas ruas o nome do presidente dos Estados Unidos. Berlim, além de dividida desde agosto de 1961 por um muro construído pelos comunistas, ainda ficava encravada dentro da Alemanha Oriental.
A segurança da visita era garantida pelos soldados da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos, potências ocidentais vencedoras da Segunda Guerra. O discurso de Kennedy, em inglês, continham quatro palavras em alemão que sintetizavam o significado da presença do líder americano na capital dividida.
- Há 2 mil anos, a frase mais orgulhosa que se podia dizer era "eu sou um romano". Hoje, a frase de maior orgulho que alguém no mundo livre pode falar é: "ich bin ein Berliner!" (eu sou um berlinense!).
Em carro aberto, Kennedy passeou pela cidade e visitou seus símbolos, com uma breve parada diante do muro que dividia a cidade e de Checkpoint Charlie, o posto de controle na passagem a Berlim Oriental.
Na visita, o chefe do governo dos EUA foi acompanhado pelo então prefeito de Berlim Ocidental, Willy Brandt (que mais tarde se tornaria chanceler da República Federal da Alemanha) e pelo chefe do governo alemão-ocidental, Konrad Adenauer, já com 87 anos.
Encerrando seu pronunciamento, outra vez, conscientemente e para expressar solidariedade e esperança aos Estados alemães divididos, Kennedy repetiu a famosa frase, em alemão e bem alto:
– Ich bin ein Berliner!
A visita se encerrou com a inclusão do nome do presidente americano no livro de ouro da cidade.
Autor: Marcel Fürstenau