O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer relembrou o impacto dos ataques terroristas do dia 11 de setembro de 2001 no Brasil. O diplomata liderou a pasta nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, e acompanhou de perto a mudança do sistema internacional após os atentados nos Estados Unidos.
Em entrevista à BandNews TV, Lafer disse que, na época, a pauta da segurança se tornou prioridade na relação com os EUA — o que refletiu nas agendas econômica, dos direitos humanos e do meio ambiente — e pontuou as medidas que o Brasil tomou para proteger o território nacional.
"Aumentamos as fiscalizações dos aeroportos e magnificamos as diligências dos nossos órgãos de informação e da Polícia para verificar se havia preocupação de terrorismo no território nacional e nos fluxos financeiros", afirmou.
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Guerra ao terror pós-11 de setembro
O ex-ministro avaliou as motivações por trás dos ataques comandados pela Al-Qaeda. "O terrorismo foi capaz de alterar a dinâmica de funcionamento do sistema internacional. Todo movimento terrorista tem aspectos próprios, mas esse teve como característica básica o ataque ao poder dos Estados Unidos como uma superpotência", explicou.
Lafer também ponderou sobre a reação dos EUA e destacou o fracasso da guerra ao terror. "Na perspectiva norte-americana, a guerra ao terror foi a reação que o [ex-presidente] Bush teve no plano externo; no plano interno, houve o aumento de controle e fiscalização. Mas a guerra ao terror foi mais propiciadora de desestabilização do que bem sucedida", finalizou.