A Justiça suspendeu, sem prazo determinado, o processo contra Welbert de Souza, acusado de matar o policial militar Roger Dias da Cunha, em janeiro deste ano, quando estava foragido de uma “saidinha” temporária. A decisão ocorre após ser aceito o pedido de incidente de sanidade mental e da suspensão de outro processo que ele responde, por um furto de carro em Belo Horizonte.
O magistrado considerou o pedido da defesa e estabeleceu prazo de cinco dias para que a defesa apresente documentos e, em seguida, para que o Ministério Público se manifeste.
O processo deve prosseguir em relação ao outro acusado, Geovanni Faria de Carvalho, que responde por participação no furto do carro, em BH. A defesa dele solicitou o relaxamento da prisão preventiva sob a alegação de que ele está com a saúde debilitada e teria sido agredido por policiais dentro da cadeia, apesar de não ter conseguido comprovar as supostas agressões.
O juiz entendeu que o réu não está em plenas condições de saúde, fazendo, inclusive, uso de fixador externo na perna, e autorizou a transferência para outra unidade prisional que tenha atendimento médico adequado.
Além da perícia, a defesa também solicitou a transferência do detento da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, alegando que a "ausência de câmeras de segurança no interior da cela implica em risco para a integridade física" do preso. A Justiça determinou que seja expedido um ofício ao diretor-geral da penitenciária, para informar se a ausência de câmeras implica em risco a integridade do acusado.
O acusado foi preso em flagrante em julho de 2023, suspeito de furtar um veículo no bairro Monsenhor Messias, em Belo Horizonte. Ele disse aos militares que recebeu uma chave micha e R$ 500 de um terceiro pelo crime.
O sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar foi baleado aos 29 anos durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, região Norte de Belo Horizonte, em 5 de janeiro. O autor do crime estava foragido da Justiça, após não retornar da saída temporária de fim de ano.
Morte de PM reacendeu discussão por fim da saidinha
O caso da morte do sargento fez voltar a ganhar força o projeto que restringe as regras para a concessão de benefícios de “saidinhas” a detentos. O projeto foi aprovado no Senado e Congresso, mas teve parte de seu texto vetada pelo presidente Lula. O texto ainda não tem data para voltar ao Congresso, que pode derrubar o veto presidencial.