Polícia Civil vai investigar caso de racismo dentro de farmácia, em BH

Um adolescente foi abordado e mantido "sob custódia" por funcionário do local

Mariana Reis*

Será investigado pela Polícia Civil, o caso de um adolescente negro de 15 anos que relata ter sofrido racismo em uma unidade da Drogaria Araújo, do bairro Floramar, na região Norte de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (20).

A família registrou um “teste de racismo” dentro da farmácia. Em relato publicado nas redes sociais, uma mulher diz que o sobrinho, de 15 anos, entrou no local comendo um chocolate que havia comprado na padaria, quando foi abordado de forma agressiva por um atendente, que lhe pediu que apresentasse a nota fiscal da compra. No depoimento, ela afirma que o jovem foi constrangido pelo funcionário na frente de outros clientes e "mantido sob custódia" até que verificasse as câmeras.

O menino ligou para os pais para explicar a situação e também acionou a Polícia Militar. Para provar a honestidade do filho, os responsáveis foram até a padaria e pediram o cupom fiscal da compra feita por ele.

De acordo com o boletim de ocorrência, o funcionário da farmácia confirmou ter pedido a nota fiscal do local onde o chocolate foi comprado e, sem o cupom, buscou verificar nas câmeras a versão do adolescente, mas que não teria acusado o jovem nem impedido a saída dele. O funcionário disse ainda que, em consulta às filmagens, o cliente estava em um ponto cego.

Na tarde de ontem, o tio do adolescente foi com o filho - que é loiro - até a mesma loja e filmou a criança comendo um chocolate no corredor da farmácia. Eles não foram abordados.

Procurada, a Drogaria Araújo afirma que repudia qualquer atitude discriminatória e que está apurando o fato para tomar as providências cabíveis.

*Sob a supervisão da jornalista Mábila Soares

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