O cacique Merong Kamakã Mongoió foi enterrado nas terras onde vivia, em Brumadinho, na Grande BH, na madrugada dessa quarta-feira (6), apesar de uma ação judicial impedindo o enterro.
A mineradora Vale conseguiu na Justiça uma autorização para impedir o sepultamento, alegando que a área é objeto de uma ação de reintegração de posse pedida pela empresa.
O local é conhecido como Córrego da Areia. A decisão assinada pela juíza federal, Geneviève Grossi Orsi, na noite dessa terça-feira (5), autorizava a atuação da Polícia Federal ou Polícia Militar para impedir o sepultamento. No entanto, o corpo do cacique foi enterrado no local.
O líder indígena, da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, foi encontrado morto nessa segunda-feira (4). A causa do óbito foi registrada, inicialmente, como suicídio pela Polícia Militar, mas é questionada por lideranças. A Polícia Civil informou que está em diálogo com a Polícia Federal para elucidar os fatos.
Merong nasceu em Contagem, na Grande BH, e era uma das figuras à frente da retomada Kamakã Mongóio, no Vale do Córrego de Areias.
Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou profundamente a perda e se solidarizou com familiares e amigos. Nossa equipe entrou em contato com a mineradora Vale e aguarda retorno.