Nos últimos dias, uma polêmica em torno da previsão de morte feita por uma “vidente dos famosos” para a atriz e apresentadora Mariana Rios gerou grande repercussão nas redes sociais. A reação negativa da artista frente a informação recebida é compreensível e levanta um debate importante: um astrólogo ou tarólogo deve prever a morte de alguém?
Como astróloga e taróloga, acredito que a Astrologia e o Tarô são ferramentas poderosas para o autoconhecimento e a orientação. No entanto, a responsabilidade do profissional que trabalha com esses instrumentos vai além da técnica e envolve, também, profunda sensibilidade e ética no trato com os consulentes e clientes.
É verdade que, na Astrologia, há cálculos e aspectos que podem, sim, indicar períodos de grandes mudanças, crises e, até mesmo, a morte. Trânsitos planetários, progressões e outras técnicas astrológicas podem apontar momentos de transformação profunda em nossas vidas.
Já no Tarô, os significados de algumas cartas podem sugerir mudanças significativas ou encerramentos de ciclos. A interpretação simbólica das cartas dependem da sensibilidade do profissional e do direcionamento da leitura.
Porém, prever a morte de alguém e, mais ainda, comunicar essa previsão de forma direta e não solicitada é extremamente antiético e insensível.
Consta na seção de Deveres Fundamentais do Código de Ética da Associação Brasileira de Astrologia: “Nunca indicar épocas taxativas de morte, mas, sim, períodos perigosos ou desafiadores para a saúde.”
A ética profissional na Astrologia e no Tarô nos ensina a utilizar nosso conhecimento para o bem-estar e o crescimento pessoal dos nossos consulentes, não para gerar medo ou angústia.
A missão dos intérpretes de oráculos e astros é empoderar, encorajar e inspirar a vida plena e consciente, em que as pessoas são capazes de refletir e fazer escolhas que tragam felicidade e realização pessoal. Quando lidamos com temas delicados, como a saúde ou a vida, é essencial tratar a questão com a máxima discrição e respeito.
Previsões de morte, além de antiéticas, desrespeitam o livre-arbítrio. Independentemente da crença pessoal de cada um, todos possuem o direito de viver suas vidas sem a sombra de uma previsão fatalista.
Então, como profissional, concordo com a reação e comentário da atriz Mariana Rios: “Se você não tem algo de bom a dizer, algo que vai acrescentar, tornar o dia mais feliz ou mexer positivamente com a emoção do outro, então, se cale.”
O caso que envolve a atriz e apresentadora Mariana Rios é um lembrete poderoso da responsabilidade que temos como profissionais! Devemos, sempre, agir com compaixão, respeito e ética. A verdadeira sabedoria está em usar o nosso conhecimento para iluminar o caminho das pessoas, ajudando-as a navegar pelos desafios da vida com confiança e esperança.